A educação ambiental está integrada neste centro cultural
O pavilhão do Centro Cultural Ambiental foi desenvolvido para responder ao concurso “Jardín Temático-Etnobotánico, Centro de Cultura Ambiental Chapultepec”, organizado pela SEDEMA e pela Secretaria de Cultura do Governo do México em 2020, e foi um dos cinco finalistas, sublinha o “A-001 Atelier de Arquitetura” no seu site.
Segundo a mesma fonte, assenta numa base de pedra atravessada por quatro muros de basalto oxidado nos eixos norte-sul e este-oeste, que dividem a planta retangular em quatro secções, duas das quais são utilizadas para exposições e uma sala polivalente, e as outras para atividades comunitárias, ligadas por um átrio central.
O edifício “promove a aproximação e a interação com a floresta e o Jardim Etnobotânico; aproveita a diferença de cotas na topografia para acrescentar uma semicave para áreas de serviço de apoio à utilização do museu”.
A construção baseia-se num sistema híbrido: uma cobertura em betão vazado de baixas emissões de CO2 e elementos verticais em aço. As paredes de basalto oxidado substituirão os pilares e funcionarão como elementos de suporte de carga.
A laje é configurada por meio de diagonais que permitem a plantação de espécies vegetais no seu topo. Integrado na cobertura, o sistema de drenagem “assegura o bom funcionamento da cobertura vegetal, captando as águas pluviais e descarregando-as através do centro dos pilares para um sistema de armazenamento”, explica o “A-001 Atelier de Arquitetura”.
Jardim Etnobotânico é a “continuação do traçado do pavilhão para o exterior”
A mesma fonte acrescenta que o Jardim Etnobotânico é a “continuação do traçado do pavilhão para o exterior e responde à topografia existente”. As parcelas retangulares delimitadas por muros de pedra basáltica oxidada assentam sobre uma série de plataformas que acompanham o declive do terreno e se integram “harmoniosamente, fazendo lembrar os alicerces piramidais dos povos originários”.
O sistema de rega “aproveita as diferenças de nível das plataformas para que, por gravidade, a água do tanque biológico, alimentado pela água do Lago Menor, seja levada a cada parcela por meio de pontões que acompanham os caminhos, facilitando a sua manutenção, reduzindo os custos de funcionamento e devolvendo o excedente de água ao subsolo através de uma zona húmida de infiltração”.
A coleção de espécies expostas no Jardim Etnobotânico está classificada como Madeireira, Alimentar, Medicinal, Mágica ou de Culto e Ornamental, de acordo com a investigação de Montserrat Gispert.
3 percursos pedonais oferecem ao visitante diferentes atividades e pontos de interesse
O Centro Cultural Ambiental é integrado na zona através de 3 percursos pedonais principais que atravessam o terreno e oferecem ao visitante diferentes atividades e pontos de interesse. O antigo caminho de “El trenecito”, oferece ao visitante uma rota onde ele descobrirá a área acompanhada por plantas, jardins de polinizadores e plantações de dália. O segundo percurso consiste na pedonalização da Avenida Rodolfo Neri Vela, na conceção de novas passadeiras e na ligação das passadeiras existentes. Finalmente, o circuito em torno do Lago Menor, onde o visitante poderá admirar as plantas situadas nas margens do lago e a presença de aves migratórias.
As plataformas de observação estão localizadas em todo o complexo: anéis de pedra basáltica que contêm uma amostra viva dos principais ecossistemas endémicos da bacia do Vale do México. Aproveitando as espécies existentes no local, os ecossistemas a mostrar são o pinhal, o Quercus, o Zimbro, os prados, os matos xerófitos e os halófitos.
Para facilitar o funcionamento e reduzir os custos de manutenção, foi integrado um sistema de irrigação por gravidade, que aproveita a água tratada existente na zona e a distribui por meio de apêndices por todo o terreno, reincorporando o excesso de líquido no subsolo.
O Centro Cultural Ambiental “deve ser um ponto de destino para as pessoas que visitam a Segunda Secção da Floresta de Chapultepec, um espaço que oferece as condições necessárias de segurança, inclusão e acessibilidade para permitir que os visitantes desfrutem da biodiversidade das plantas e da sua oferta museográfica, sensibilizando para a situação das alterações climáticas e para as ferramentas existentes para as travar e inverter”, sublinha o “A-001 Atelier de Arquitetura”.
O atelier adianta que o Laboratório de Bioculturalidade inclui programas, projetos, workshops, exposições e outros conteúdos para reforçar o tecido social.
A implementação para o desenvolvimento comunitário que o Centro Cultural Ambiental procura desencadear baseia-se na criação de modelos de governação urbana, que “alcançam um equilíbrio dinâmico entre os aspetos socioculturais, ambientais, territoriais, económicos e de política pública”, conclui.