Águas balneares em Inglaterra “cinco vezes piores” do que as da UE



As águas balneares em Inglaterra são, em termos de qualidade, “cinco vezes piores” do que as da União Europeia (UE), denuncia a Best for Britain.

De acordo com a análise da organização não-governamental, composta por cientistas, investigadores e ativistas com a missão de “resolver os problemas que a Grã-Bretanha enfrenta depois do Brexit”, apenas 64,2% das águas balneares inglesas foram classificadas como “excelentes” pela agência ambiental britânica em 2024, face aos 85,4% registados pela Agência Ambiental Europeia relativamente às águas balneares na UE.

Além disso, Inglaterra tem a maior percentagem (8,2%) de locais com qualidade má no conjunto das quatro nações do Reino Unido e da UE. A Escócia, no ano passado, tinha 3,4% de águas balneares com má qualidade, o País de Gales 1,8% e o bloco regional europeu 1,5%. A Irlanda no Norte não teve registos de águas balneares com má qualidade.

A organização diz que a poluição da água causada por danos ambientais infligidos aos rios, aos lagos e aos mares, que afetam economias e comunidades costeiras, “envenenando a vida selvagem e provocando doenças nos banhistas”, é a principal causa da fraca qualidade das águas balneares em Inglaterra.

A Best for Britain diz que a UE tem feito mais avanços do que o Reino Unido na melhoria dos sistemas de tratamento de águas residuais, definindo padrões mais elevados de qualidade das águas que são depois devolvidas aos ecossistemas aquáticos, e isso reflete-se na qualidade das zonas usadas para banhos.

Os investigadores e ativistas consideram que esse é um exemplo da “divergência passiva pós-Brexit face aos regulamentos ambientais da UE”, e apelam ao governo britânico, liderado pelo trabalhista Keir Starmer, para implementar e fazer cumprir as leis existentes sobre a qualidade da água, para que o país possa alinhar-se com “os padrões mais elevados” da UE, especialmente no que diz respeito aos micropoluentes.

“As pessoas estão legitimamente chocadas com o estado repugnante dos rios, lagos e praias do Reino Unido. Água limpa deveria ser garantida a todos, e ninguém deveria de ter de arriscar a sua saúde ou a dos seus filhos simplesmente por desfrutar de um mergulho ou por remar num dia de sol”, afirma, citado em comunicado, Naomi Smith, diretora-executiva da Best for Britain.

“Uma vez mais, no que toca a regulamentação ambiental, aplicação da lei e proteção da saúde das pessoas, a União Europeia está na liderança. Esta é mais um prova de que os ministros devem implementar e aplicar adequadamente as normas existentes – e acompanhar o ritmo à medida que a UE eleva o nível de forma a beneficiar concretamente milhões de pessoas”, acrescenta a responsável.






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