Análise GS: Humanos podem juntar-se à lista das espécies em extinção



Há 65 milhões de anos, a colisão de um asteróide gigante com a Terra terá ditado a extinção dos dinossauros e três quartos das restantes espécies do planeta. Hoje, vários cientistas acreditam que estamos perante outro período de extinção de espécies em massa, e desta vez pode incluir, inclusive, o ser humano.

E até nem é difícil chegar a esta conclusão. Em 1953, a população mundial era de 2,5 mil milhões. Hoje, há 7 mil milhões de pessoas na Terra, o que está a levar-nos a uma sobre-exploração dos recursos do planeta, com os respectivos efeitos nefastos para as alterações climáticas, acidificação dos oceanos, perda de diversidade e extinção de várias espécies.

Segundo o director do Centro para a Pesquisa da Mitigação das Alterações Climáticas, em Cambridge, Reino Unido, haverá cerca de 20 mil espécies extintas por ano. “A verdadeira causa para esta perda de diversidade é a destruição dos habitats, causada pelo número de pessoas e o que estas estão a consumir”, revelou Douglas Crawford-Brown ao Financial Times.

“Não podemos dizer que, só porque existem 7 mil milhões de pessoas no mundo, será impossível que o ser humano se extinga”, avançou Niles Eldredge, curador do Museu da História Natural dos Estados Unidos, em Nova Iorque.

Eldredge dá dois exemplos. Seria impensável dizer, há umas décadas, que os pombos-passageiro se tornassem extintos nos Estados Unidos. E, na verdade, devido à caça e destruição dos seus habitats, o último morreu em 1914, num zoo de Cincinnati. O mesmo se pode dizer, também no continente americano, dos búfalos, que existiam aos milhões, no século XIX, mas que chegaram a apenas umas centenas, há alguns anos.

Segundo os cientistas, o planeta Terra poderá suportar entre 13 a 15 mil milhões de habitantes. Mas a riqueza terá de ser melhor distribuída. “O número de obesos é maior que o número de pessoas que passam fome. Há muito desperdício. A quantidade de comida que é desperdiçada, nos Estados Unidos, poderia alimentar todos os malnutridos do planeta”, avançou David Nally, geógrafo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Finalmente, os cientistas acreditam que uma extinção em massa de seres humanos levaria, antes da sua extinção total, ao colapso do sistema. Como aconteceu, por exemplo, na Roma Antiga, na Grécia Antiga e no Egipto Antigo. E o leitor, acredita que o ser humano está em perigo de extinção?





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