Antigo executivo de petrolíferas confirmado como novo comissário europeu do ambiente
Nem o meio milhão de pessoas que assinaram uma petição contra Miguel Arias Cañete conseguiram evitar que o político espanhol fosse nomeado comissário europeu do Ambiente. Segundo o Business Green, o antigo executivo e accionistas de duas petrolíferas espanholas beneficiou de um pacto entre o centro-esquerda e os partidos de direita, que viu a antiga primeira-ministro da Eslováquia, Alenka Bratusek, excluída para o cargo.
No entanto, e de acordo com o site, o acordo levou a que as palavras “sustentabilidade, acção climática e energia” fossem acrescentados às funções de Frans Timmermans, que foi nomeado para o cargo de Primeiro Vice-Presidente da Comissão e, na prática, é chefe de Cañete.
Como o Green Savers anunciou em Setembro, Cañete tem acções da Ducor S.L. e da Petrologis Canarias S.L. à data da sua última declaração de interesses, em 2010. A nomeação do político, que já foi ministro da Agricultura de Espanha, foi criticada por vários responsáveis da comissão do Ambiente, incluindo o alemão Jo Leinen.
Mais recentemente, uma petição lançada no Avaaz tentou pressionar a Comissão Europeia para renomear o seu responsável pela pasta do ambiente, sem sucesso. “Hoje, os deputados europeus traíram as nossas esperanças e colocaram uma ‘cabeça-de-petróleo’ à frente da Polícia Climática Europeia”, explicou Luis Morago, director de campanhas da Avaaz. “Os líderes dos socialistas e democratas quebraram as sua promessas e nenhum ouviu os eleitores europeus”.
Ontem, recorde-se, a União Europeia aprovou o financiamento público para uma central nuclear em Hinkley Point, Reino Unido, possibilitando toda uma nova tendência de construção deste tipo de infra-estruturas com dinheiros públicos.
Foto: José Loaiza / Creative Commons