BP: Indemnização de €18,2 mil milhões vai financiar projectos ambientais
A indemnização de €18,2 mil milhões que a BP irá pagar aos governos federais, estaduais e locais dos Estados Unidos, na sequência do desastre ambiental do Golfo do México, vai impulsionar um vasto plano para recuperar as zonas húmidas e outras áreas ambientalmente vulneráveis.
De acordo com a publicação norte-americana ENR – Engineering News Record, uma parte desse valor – acordado no âmbito do derramamento de petróleo ocorrido em 2010 no Golfo – correspondente a €5,2 mil milhões servirá para apoiar o financiamento de projectos ambientais e de construção na região. “Este acordo irá lançar um dos maiores esforços de recuperação ambiental que o mundo já viu”, declarou a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, aquando do acordo final, alcançado no passado dia 5 de Outubro.
Segundo o jornal Construir, O acordo está num período de consulta pública de 60 dias, após o qual será sujeito à aprovação do tribunal. Numa declaração conjunta, um grupo de organizações ambientais que inclui o Fundo de Defesa Ambiental, a Federação Nacional de Vida Selvagem e a Coligação para Recuperação da Costa do Luisiana, afirmou que “uma vez aprovado o decreto de consentimento, proporcionará uma linha de financiamento estável para o Golfo – fundos que são vitais para a saúde ecológica da região a longo prazo”.
Parte dos fundos poderá ser utilizada para uma vasta panóplia de fins, mas a ENR estima que pelo menos €5,2 mil milhões serão direccionados para projectos com vista à melhoria do ecossistema e da infra-estrutura do Golfo.
Segundo Gina McCarthy, administradora da Agência de Protecção Ambiental norte-americana, os fundos serão distribuídos ao longo de 15 anos. A publicação destaca ainda que a indemnização a pagar pela petrolífera irá aumentar, de forma acentuada, as actividades de recuperação regional em vigor, e que estão a ser financiadas por uma indemnização anteriormente acordada com a Transocean Deepwater, no âmbito de outro derrame.
A ENR refere que o estado da Luisiana planeia utilizar parte dos valores a pagar pela BP para ajudar a financiar dois grandes projectos: o complexo da eclusa do Canal de Navegação de Houma, avaliado em €314 milhões, e o projecto do canal para navios de Calcasieu, com vista a fechar uma ligação entre o canal e as zonas húmidas, avaliado em €381 milhões.
Uma segunda porção desse valor, cerca de €1,1 mil milhões, será dirigida para trabalhos de recuperação e será controlada por um conselho composto pelos governadores dos cinco estados e líderes de cinco agências federais. “Esperamos que a quase totalidade desse dinheiro será para projectos de recuperação e de construção costeira”, afirmou David Muth, director do Programa de Recuperação do Golfo da Federação Nacional da Vida Selvagem.
A segunda grande linha de financiamento proveniente do acordo com a BP consiste em €7,7 mil milhões para a área dos danos causados aos recursos naturais. Este valor compreende €879 milhões que a empresa se tinha comprometido a pagar anteriormente e €615 milhões para qualquer trabalho de recuperação necessário que não esteja actualmente previsto.
Foto: NOAA’s National Ocean Service / Creative Commons