Como as TI contribuem para um mundo mais sustentável



No final do ano passado, o The Economist dedicou o seu tema de capa às alterações climáticas: “Como podemos viver com as alterações climáticas?”, perguntava a histórica publicação.

Se o planeta aqueceu cerca de 0,7% no século XX – e caminha para outra subida de temperatura neste século – e se, como que por magia, os níveis de dióxido de carbono se estabilizassem onde agora estão, provavelmente o planeta estaria meio grau mais quente dentro de umas décadas. Ou seja, a resposta a esta pergunta terá de ser encontrada rapidamente.

À parte das conferências do clima e das permanentes tentativas que os Governos têm feito para reduzir os níveis de emissões de CO2 e encontrar formas alternativas de energia, há um sector que pode ser determinante na procura pelo desenvolvimento sustentável: o das Tecnologias de Informação (TI).

“Quando há tantos dados a serem recolhidos de vários locais do mundo, é um desafio corresponder aos requisitos das auditorias corporativas – e financeiras – que a sustentabilidade está a pedir”, explicou ao Financial Times o director de sustentabilidade ambiental da PepsiCo, David Walker.

A multinacional estabeleceu uma base de dados única onde os colaboradores podem colocar informações sobre energia, água, resíduos sólidos, entre outros. Quanto maior for a eficiência criada pelas TI, maiores serão as poupanças nos custos.

Outro exemplo: desde que começou a planear rotas através da tecnologia, em 2004, a UPS reduziu as suas emissões de CO2 num valor equivalente a tirar das estradas 5.300 carros por ano. Paralelamente, a empresa poupou 45,4 milhões de litros no processo.

Para empresas que consumam grandes quantidades de água – como por exemplo a indústria das bebidas – a tecnologia pode alertar para fugas de água, análise de consumos globais e formas de reduzir a utilização de água e prever falhas no sistema de abastecimento.

Outras da tecnologias que ajudam a reduzir as emissões de CO2 são os sistemas de videoconferência, tal como temos várias vezes revelado no Green Savers.

De acordo com um estudo recente da WWF, também citado pelo FT, mais de 60% dos inquiridos afirmou que utiliza regularmente a videoconferência, o que implicava menos viagens, sobretudo aéreas.

A indústria das TI representa 3% das emissões globais de CO2, mas pode poupar muitas mais do que consome. Muitas vezes, a inovação surge de forma quase imprevisível, de onde menos se espera. Foi assim que nasceu, por exemplo, a Copenhagen Wheel [na foto], uma bicicleta desenvolvida pelo SENSEable City Lab, do MIT, e que permite aos seus utilizadores não apenas poupar energia produzida enquanto andam – para subidas, por exemplo – mas também recolher dados sobre condições do ambiente local.

Outro dos grandes desafios sustentáveis da indústria das TI é aumentar a eficiência energética dos edifícios, um sector que representa uns alarmantes 40% de emissões de CO2 globais.

Como? Através do ecodesign, do desenvolvimento de inovações que coloquem em destaque as energias renováveis e de estratégias arquitectónicas baseadas na utilização da luz natural e ventilação nos edifícios. Aqui, a tecnologia é essencial.

E se, nos edifícios novos, estas inovações são já desenvolvidas de forma quase natural, o grande desafio está nos edifícios que serão reabilitados nos próximos anos.

Estes são apenas alguns exemplos de como a indústria das TI pode ajudar a tornar o mundo mais sustentável. Conhecem mais algum? Enviem-nos o projecto para info@greensavers.sapo.pt





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