Emissões de metano dos lagos do Ártico têm aumentado

Uma equipa internacional de cientistas descobriu que o aquecimento global tem aumentado a produtividade biológica dos lagos no Ártico, o que por sua vez faz aumentar as emissões de metano dos seus sedimentos.
“Ficámos surpreendidos com a relação clara entre a produtividade do ecossistema e a produção de metano”, disse Marie Bulínová, do Departamento de Geociências da UIT – Universidade Ártica da Noruega, que participou no estudo, citada pela agência noticiosa espanhola privada Europa Press.
O trabalho dos investigadores, que analisaram 10 lagos árticos em Svalbard (Noruega) e na Escandinávia subártica (inclui partes da Noruega, Suécia e Finlândia), foi divulgado a semana passada na revista científica Journal of Geophysical Research: Biogeosciences.
Verificaram que a produção de metano nos sedimentos lacustres era maior nos lagos com maior produtividade, mais algas, plantas aquáticas e vegetação terrestre, e menor profundidade.
A descoberta é importante porque o metano é mais de 25 vezes mais potente do que o dióxido de carbono (CO2) como gás com efeito de estufa e, embora os lagos árticos já fossem conhecidos como fontes naturais de metano em todo o mundo, os processos que controlam a sua produção e libertação dos sedimentos lacustres eram pouco compreendidos até agora.
De acordo com o estudo, citado no ‘site’ de notícias de Ciência Phys.org, a maior parte do metano foi produzido nos 10 centímetros superiores do sedimento lacustre.
Nestas camadas superficiais, a combinação de material fresco rico em matéria orgânica e o aumento da atividade microbiana criam condições ideais para a geração de metano, tendo os cientistas calculado a quantidade de metano que provavelmente chegará à superfície da água e daí se difundirá para a atmosfera.
Comparando os dados obtidos com os de mais de 60 lagos em todo o mundo, os investigadores viram que os fluxos de metano de lagos árticos individuais são geralmente mais baixos do que os de regiões tropicais ou temperadas, mas são ainda significativos, considerando o grande número de lagos nas paisagens do norte.