Estará a ilha Anticosti a salvo?



Pierre Arcand, ministro da Energia e Recursos Naturais do Canadá, anunciou, na sexta-feira (dia 27), o abandono da extracção de petróleo e gás na Ilha Anticosti, no Golfo de São Lourenço, o maior estuário do mundo que desemboca no Atlântico.

Conscientes que a exploração de hidrocarbonetos é incompatível com a candidatura da ilha a Património Mundial da UNESCO, o governo decidiu negociar com as empresas a quem o executivo anterior tinha cedido direitos de prospecção para assinarem uma rescisão desses mesmos direitos. 

Em 2014, o anúncio da exploração de petróleo na ilha já tinha dado origem à indignação de diversas organizações ambientais, pois significaria um risco potencial de poluição marinha e dos ecossistemas desta ilha rochosa coberta por densos bosques de coníferas. Com uma dimensão considerável – semelhante à Córsega -, Anticosti é uma jóia ecológica habitada por pouco mais de 200 pessoas (muitos das quais realizam tarefas relacionadas com a manutenção dos vários faróis existentes ao longo da sua perigosa costa), mas acolhe uma população de cerca de 200.000 veados, e uma centena e meia de espécies de aves, entre várias espécies de plantas consideradas vulneráveis, e paisagens naturais de grande beleza.

O abandono das prospecções petrolíferas “vai proteger e conservar o carácter natural único de Anticosti Island”, disse o ministério da Energia e Recursos Naturais em comunicado.

De acordo com estudos preliminares, o subsolo da ilha poderá conter 30 a 40 mil milhões de barris de xisto betuminoso, mas as autoridades locais já anunciaram que chegaram a acordo com as empresas Junex, Corridor e Maurel & Prom em troca de uma compensação de 41,4 milhões de dólares canadenses (€ 28,3 milhões). Mas as negociações com a Petrolia e Trans American ainda não terminaram. Grande parte do problema prende-se com a empresa canadiana Petrolia, que possui quase um quarto da totalidade dos direitos de exploração de todo Québec, e que tem afirmado repetidamente em tribunal que não abdica do contratado com o governo.

Foto: © Sépaq-Parc national d’Anticosti 

 

 




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