Estratégia para a gestão da água terá investimento de 5 mil milhões de euros

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou hoje que a estratégia para a gestão da água terá um investimento estimado de 5 mil milhões de euros até 2030, naquilo que considera “uma verdadeira transformação” para o país.
A estratégia “Água que Une”, que conta com quase 300 medidas a implementar, foi apresentada hoje no Convento São Francisco, em Coimbra, contando com vários elementos do Governo, autarcas, e membros do grupo de trabalho que desenvolveram o plano.
Durante o discurso de apresentação do programa, Luís Montenegro afirmou que a estratégia prevê um investimento de 5 mil milhões de euros até 2030 e que propõe uma “transformação estratégica” do país, para que possa ter capacidade de “lutar contra os efeitos negativos das alterações climáticas”, mas simultaneamente permita aproveitar os seus recursos, seja na capacidade produtiva da agricultura, da indústria e do turismo.
“Nós temos alguns instrumentos de financiamento disponíveis que queremos aproveitar e temos de ir à procura de outros para assegurar a parte que não está assegurada. E queremos depois que se comece já hoje a preparar o financiamento para a década seguinte, 2030 a 2040, para que a estratégia tenha sequência, que sabemos que não vamos ser nós que a vamos executar. Nós tencionamos ficar aqui mais uns anos, mas daqui a uma década haverão de estar aqui outros”, disse.
O primeiro-ministro espera agora que a estratégia apresentada possa ser objeto de diálogo com a sociedade e com as outras forças políticas, destacando o objetivo do documento que não aponta apenas para um aumento da capacidade instalada, mas também para uma melhor utilização da água – seja pela diminuição das perdas ou da reutilização de água.
Luís Montenegro vincou ainda que a água está disponível no país de modo desigual, considerando que a “Água que Une” assegura coesão territorial e que há um espírito de solidariedade “subjacente a esta estratégia”.
“Onde há cheias, que haja menos cheias, e onde há seca, que haja menos seca”, resumiu.
Nesse sentido, o primeiro-ministro considerou que há um grande “espírito de coesão e de solidariedade” que extravasa a questão da gestão da água para falar “de igualdade de oportunidades, de justiça social e desenvolvimento económico”.
Segundo Luís Montenegro, a estratégia irá contemplar grandes e pequenos investimentos, do norte ao sul, passando pelas regiões autónomas, admitindo que o documento tem também várias medidas que já estavam programadas, projetadas e no terreno.
Em junho de 2024, o Governo criou um grupo de trabalho, liderado pelo presidente do grupo Águas de Portugal, para delinear a estratégia do país para a gestão, armazenamento e distribuição eficiente da água.
Quer no início quer no final da sessão, Luís Montenegro escusou-se a responder a perguntas dos jornalistas.