Europa: Cientistas dizem que expandir estudo genético de espécies é “urgente”



Alargar a monitorização genética das espécies na Europa para perceber os efeitos das alterações climáticas nas populações é “urgente”, defendem investigadores.

Num artigo divulgado este mês na ‘Nature Ecology & Evolution’, dezenas de especialistas, incluindo Paulo Alves, da Universidade do Porto e da Estação Biológica de Mértola, e Margarida Lopes Fernandes, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), analisam os esforços de monitorização da diversidade genética de anfíbios, aves, grandes carnívoros e de espécies florestais de árvores na Europa.

O objetivo era perceber se esses trabalhos realmente são capazes de detetar os impactos das alterações climáticas na diversidade genética das populações de espécies que ocorrem na Europa. No entanto, concluem que esses esforços de monitorização são escassos e que, quando acontecem, tendem a focar-se em grandes carnívoros, em prejuízo de “espécies de grupos que serão fortemente afetadas pelas alterações climáticas”, como os anfíbios e árvores de floresta, dizem em comunicado.

Além disso, os cientistas lamentam que “relativamente pouca” monitorização genética está a ser feita nos países do sul da Europa, como Portugal, “onde muitas espécies provavelmente serão as primeiras a experienciar os impactos das alterações climáticas”.

Peter Pearman, da Universidade do País Basco, em Espanha, e primeiro autor do artigo, salienta que “a nossa investigação foi concebida e realizada com as políticas europeias de conservação em mente e esperamos que os legisladores e políticos tomem nota dos seus resultados”.

Os cientistas argumentam que a monitorização da diversidade genética das espécies na Europa ajudará a detetar situações de risco iminente de perdas ou de perdas efetivas, e a formular uma resposta adequada e atempada, quando possível. Mas dizem que “os nossos resultados revelam a necessidade, na Europa, para um investimento alargado na monitorização genética em todos os gradientes climáticos” em que ocorram espécies importantes, “uma necessidade provavelmente maior nos países europeus do sul”, escrevem no artigo.





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