Fórum de Davos: Reduzir o consumo da carne pode salvar vidas
O Fórum Económico Mundial, também conhecido como Fórum de Davos, afirmou esta semana que deixar de comer carne poderia salvar milhões de vidas e reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono.
How a new approach to meat can help end hunger https://t.co/4iJrWAENCC pic.twitter.com/K5jLl7cnKs
— World Economic Forum (@Davos) November 7, 2018
Um estudo realizado para o Fórum de Davos, da autoria de Oxford Martin School, um departamento da célebre universidade britânica, demonstra que 2,4% das mortes provocadas pela alimentação no mundo poderiam ser evitadas caso houvesse uma redução no consumo de carne, sobretudo de origem bovina.
Nos países ricos, nos quais o consumo de carne bovina é mais elevado, a percentagem de de mortes reduziria em 5%, destacou o Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês) – que se reúne anualmente em janeiro com as elites económicas e políticas mundiais.
“Os efeitos mais positivos são encontrados em países mais ricos, onde o consumo de carne bovina é alto e onde há um benefício particular em consumir mais fibras”, descobriu.
O documento não forneceu, contudo, números sobre quantas pessoas são estimadas a morrer anualmente por causas relacionadas à dieta, nem que doenças ou condições foram incluídas nessa categoria, mas o WEF afirmou que mudar de carne “poderia evitar milhões de mortes desnecessárias por ano”.
Segundo o estudo, a procura por carne continuará a aumentar nas próximas décadas, já que a população mundial pode chegar a 10 mil milhões de pessoas antes de 2050.
“Vai-se tonar impossível satisfazer tanta procura”, alerta o diretor-executivo do WEF, Dominic Waughray, num comunicado.
O relatório analisou 13 fontes de proteína, incluindo a carne bovina, suína e de frango, juntamente com frutas e legumes, como feijão, substitutos de carne processada, como tofu, e novos produtos, incluindo insetos. Feijões, micro proteínas e ervilhas ofereceram os maiores benefícios de saúde, com a possibilidade de reduzir as taxas de mortalidade em até 7%.
A pecuária representa uma tripla ameaça à atmosfera, uma vez que os animais produzem enormes quantidades de gás metano com efeito de estufa, juntamente com a perda de florestas de absorção de carbono que são abatidas ou são alvos de incêndios.
O estudo também alerta para o impacto do consumo de carne no meio-ambiente e o facto desta utilizar grandes quantidades de água. Apenas a produção de carne bovina representou, em 2010, 25% das emissões de CO2 relacionadas com a alimentação.
“As provas são claras: o nosso sistema alimentar precisa ser transformado em prol do nosso planeta e do futuro da humanidade”, disse o chefe da WWF International, Marco Lambertini, na declaração do FEM. “Somos a última geração que pode fazer algo sobre isso antes que o sistema entre em colapso.”