Gansu: a região chinesa mais abusada ambientalmente vai liderar renováveis globais



A remota região de Gansu, no norte da China, foi durante décadas a zona mais ignorada e ambientalmente abusada do gigante asiático. Foi lá que foi construído o primeiro campo de petróleo chinês, algumas primeiras minas de carvão e as centenas de fábricas de aço que tornaram a China no principal poluidor e emissor de CO2 do planeta.

Mas há três anos que esta visão dantesca de Gansu está a mudar. A região tornou-se estratégica para as ambições de energia sustentável da China, e recebe desde essa altura uns incríveis €4,8 mil milhões (R$ 11,4 mil milhões) de investimento em energia eólica e solar.

Segundo explica o Guardian, Gansu é a principal arma chinesa para reinventar a economia do País no sentido da transição verde. Há hoje 50 empresas energéticas na região e, quem diria, as turbinas eólicas confundem-se com a paisagem árida e desértica.

Jiuquan, uma cidade com 960 mil habitantes, tem hoje capacidade para gerar 6W de energia eólica – o equivalente a todo o Reino Unido. E o plano passa por triplicar este número até 2015, ou seja, transformá-la no maior parque eólico global.

Ainda de acordo com o Guardian, a China está a erigir 36 turbinas eólicas por dia – mais de uma por hora – e a construir uma nova rede para levar esta electricidade a vários quilómetros de distância, a outras cidades do País.

Todo este investimento deverá levar a China a tornar-se na primeira superpotência verde global, apesar de o País ter duplicado as emissões de CO2 nos últimos dez anos, ter uma biodiversidade em declínio, 40% dos rios poluídos e uma estatística arrepiante: quatro das cinco maiores cidades estão absolutamente irrespiráveis.

Até 2020, Jiuquan terá 40GW de energia eólica. Na década seguinte, até 2030, será a vez da explosão da energia solar. “Então, a tecnologia estará amadurecida e os custos de geração serão mais baixos. Em 2030, metade de energia consumida na China virá de fontes renováveis e Jiuquan será famosa em todo o mundo. As pessoas ficarão ricas”, explicou ao Guardian Dong Suqin, de 66 anos, que acabou chegar a Gansu.

Veja um vídeo sobre a expansão renovável em Gansu.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...