Índia: poluição atmosférica pode reduzir esperança média de vida de 660 milhões de pessoas



Tal como a China, há muito que a Índia é afectada pela poluição. Esta poluição provém principalmente de fontes como os fogões a lenha, emissões de veículos, queima de resíduos vegetais e, mais recentemente, centrais de combustão de carvão.

Mas este aumento da poluição tem um preço: maior número de mortes prematuras e redução da esperança média de vida. Estima-se que as doenças associadas à poluição sejam responsáveis por 620.000 mortes prematuras todos os anos. E quem não morre vê a sua esperança média de vida reduzida em 3,2 anos. Este último flagelo afecta metade da população da Índia, cerca de 660 milhões de pessoas.

Mas esta situação pode ser revertida. Um estudo publicado na Economic and Political Weekly revela que se a Índia conseguir reduzir a sua poluição o suficiente para cumprir os seus próprios padrões de qualidade do ar, centenas de milhões de indianos conseguirão respirar melhor.

“O foco da Índia está no crescimento”, indicou Michael Greenstone, um dos autores do estudo do Instituto de Políticas Energéticas da Universidade de Chicago, cita o Discovery News. “Contudo, há muito que a definição convencional de crescimento tem ignorado as consequências da poluição atmosférica para a saúde”, sublinha o investigador.

Porém, os investigadores reconhecem no estudo que não será fácil resolver o problema. Segundo é indicado no estudo serão necessárias grandes alterações à regulação ambiental do país. São necessárias mais estações de monitorização da poluição e deve ser introduzido um sistema que responsabilize as empresas mais poluentes.

Os investigadores defendem ainda que a Índia beneficiaria de um mercado de comercialização de emissões de gases, onde as empresas seriam teoricamente encorajadas a reduzir as emissões para além dos padrões nacionais porque poderiam vender os seus créditos a outras empresas.

Em 2014, a Organização Mundial de Saúde, verificou que Nova Deli tinha a pior qualidade de ar entre 1.600 cidades mundiais, ultrapassando mesmo Pequim.

Foto: BDphoto1 / Creative Commons





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