Porto poupa 1,2 milhões de litros de água potável na limpeza do espaço público
A Câmara do Porto poupou 1,2 milhões de litros de água potável com a solução instalada desde setembro de 2023 na ETAR do Freixo, que permite a reutilização da água para a limpeza das ruas, veículos e contentores.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, esclareceu que, nestes oito meses, foi possível “uma poupança de 1,2 milhões de litros de água potável”.
A solução instalada desde setembro de 2023 na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Freixo produz cerca de 1.000 metros cúbicos por dia de água reutilizada de classe A.
“Esta solução consiste num reator biológico com membranas de infiltração. A água ao passar pelo sistema da ETAR é encaminhada para este sistema, que permite purificar ainda mais a água e obter uma classificação de nível A, a mais alta neste tipo de utilização”, esclareceu Filipe Araújo, que detém o pelouro do Ambiente.
Esta água está a ser atualmente usada para limpar as ruas da cidade, mas também os veículos e contentores do lixo da empresa municipal Porto Ambiente.
“A limpeza do espaço público é assegurada utilizando esta água. Não faria sentido usar água potável”, considerou o vereador, destacando que, contrariamente a outros países com problemas de escassez de água, Portugal tem uma “baixa reutilização” e um “caminho por percorrer”.
À Lusa, Filipe Araújo avançou que o município está neste momento a procurar outros utilizadores e clientes finais que possam usar este tipo de água nas suas atividades.
“Estamos a tentar identificar na cidade os possíveis clientes que podem usufruir desta ligação”, disse.
O objetivo da câmara é conseguir chegar aos jardins e parques da cidade, que são “altamente consumidores de água potável”, mas tal dependerá da criação de um novo percurso de tubagens.
“Estamos a tentar identificar, no percurso para levar essa água para os parques e jardins, que utilizadores privados podemos ter pelo caminho. Esta água não vai nas mesmas tubagens que a água potável, pelo que teremos sempre de construir uma rede paralela para levar esta água”, observou Filipe Araújo, esclarecendo que essa rede está a ser estudada pelo município.
A solução, desenvolvida pela Águas e Energia do Porto com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), resulta de um investimento de 750 mil euros.