Realizador milionário de Hollywood muda de casa e abdica de salário de milhões
O realizador Tom Shadyac, que já produziu filmes que renderam milhões de euros, como Ace Ventura: Pet Detective, recusou ganhar um salário avultado no seu último filme. Recebeu, assim, apenas o mínimo exigido pelo acordo com o director do filme, porque a riqueza material já não lhe desperta muito interesse.
Shadyac mudou drasticamente de vida após ter sofrido um acidente de bicicleta, em 2007, que o deixou hipersensível à luz e ao ruído.
Trocou então o estilo de vida luxuoso de Hollywood por um bem mais simples. Isto significa que abandonou a sua mansão de 1.579 m2 em Pesadena, zona exclusiva da Califórnia, por uma casa móvel de 93 m2 num parque em Malibu. Também substituiu o seu jacto privado por uma bicicleta e começou a doar muitos dos seus bens e dinheiro a causas humanitárias.
Os seus filmes – que também incluem The Nutty Professor, Patch Adams e Bruce Almighty – renderam mais de €763 milhões (R$ dois mil milhões) nas bilheteiras e, numa fase da sua carreira, o realizador chegou a receber milhões de euros de ordenado. Mas agora, com o seu primeiro filme em sete anos – um remake do filme francês Intouchables –, Shadyac vai levar para casa apenas €167 (R$ 438).
Parece anedótico, mas é verdade. As prioridades de Shadyac são agora outras e o dinheiro já não lhe sabe a recompensa valiosa.
O realizador abriu uma fundação para sem-abrigo na Virgínia, doa riqueza a instituições que combatem a pobreza, protege o meio ambiente e os animais. “Quanto mais eu dou, mais rico me sinto”, disse ele. “Por tudo o que eu largo, é-me devolvido muito mais.”
Há dois anos, Shadyac fez um documentário a dar conta da transição de vida que protagonizou. Tem também um livro, chamado Life’s Operating Manual, acerca de quem somos, o que é a nossa vida e a sua verdadeira riqueza.
Em Intouchables, ele vai incluir a sua experiência destes últimos sete anos. “Eu cresci, portanto acho que vou contar mais histórias que tenham os elementos que são mais importantes para mim agora. Não apenas o humor, mas a humanidade, a inspiração, o coração, o pathos.”