Seca: Águas do Centro Litoral antecipa cenário mais positivo este ano



O presidente do Conselho de Administração da Águas do Centro Litoral (AdCL) antecipou para este ano um “cenário mais positivo e menos agravado do que em 2022” relativamente à seca.

“Estamos num contexto de alguma estabilidade relativamente aos valores normais daquilo que é a precipitação, nomeadamente para a região Centro (…). Comparativamente ao ano de 2022, há aqui um cenário mais positivo e menos agravado”, afirmou hoje à agência Lusa Alexandre Oliveira Tavares.

Adiantando que a empresa “tem acompanhado aquilo que são as tendências de consumo para os vários sistemas”, o responsável da AdCL declarou existir “uma situação com algum conforto em todas as áreas”.

Por exemplo, na ribeira de Alge, que afeta os municípios de Figueiró dos Vinhos, Ansião e Penela, as “águas superficiais estão mais controladas quando comparadas com o ano de 2022”.

Alexandre Oliveira Tavares destacou que se procurou “criar alguma resiliência ao sistema”, apontando intervenções efetuadas ao nível das captações de água, nomeadamente a melhoria de um “dreno para possibilitar um aumento da capacidade de bombagem e depois de tratamento e distribuição” aos reservatórios, e que, posteriormente, através da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN), é “distribuída aos utilizadores finais”.

O responsável disse ainda que a AdCL está a “realizar um furo de complemento ao abastecimento de água no Município de Ansião” que está na fase de análise sobre as melhores condições de bombagem e na avaliação da qualidade da água.

“Nós fomo-nos preparando, criando alguma redundância, para termos um sistema mais resiliente este ano de 2023, nomeadamente no Município de Ansião, a partir do sistema da ribeira de Alge”, explicou.

Por outro lado, referiu que, simultaneamente, “uma aposta que a AdCL tem vindo a fazer em vários sistemas é a complementaridade”, apontando este como um “elemento-chave para a gestão da seca no quadro de Portugal, que é a complementaridade entre as massas de água superficiais, as subsuperficiais e as subterrâneas”.

Questionado se está menos preocupado do que em 2022 devido à seca, reiterou: “Com os dados que hoje estão disponíveis, e baseio-me naquelas que são as previsões do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera], estaremos num cenário menos agravado do que tínhamos em 2022”.

Segundo Alexandre Oliveira Tavares, a AdCL tem “sempre a preocupação de, conjuntamente com os municípios e conjuntamente com a empresa distribuidora em baixa, de prever antecipadamente a melhor forma de gerir o sistema”.

“É estarmos todos conscientes e atempadamente que, por exemplo, para os consumos de pico – e esta é a minha preocupação maior – há necessidade de uma boa articulação”, realçou, justificando a existência de “instrumentos de prevenção interna”, para com municípios e empresas, “tentar dosear esses consumos de pico”.

Os consumos de pico referem-se, por exemplo, excesso de consumo por onda de calor, necessidade de regar, festas, eventos ou incêndios.

A Águas do Centro Litoral tem a concessão, por um período de 30 anos, até 2045, da exploração e da gestão do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Centro Litoral de Portugal.

Esta é uma sociedade constituída em 2015 e participada pela Águas de Portugal, SGPS, SA e por 29 municípios distribuídos pelos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Porto e Santarém.

A APIN foi criada em 2018 para gerir os serviços de abastecimento de água, de saneamento e resíduos sólidos. Agrega 11 concelhos dos distritos de Coimbra e de Leiria.

A situação de seca meteorológica agravou-se em Portugal continental no mês de maio, estando todo o território continental em seca, 35% do qual em seca severa e extrema, revelou o IPMA.

O boletim climático do IPMA relativo ao mês de maio refere que se verificou um aumento da área em seca, com todo o território em situação de seca meteorológica.

O IPMA destaca o aumento da classe de seca moderada na região Norte e Centro, na região Sul e alguns locais do Vale do Tejo nas classes de seca severa e extrema e a diminuição da classe de seca extrema e aumento da classe de seca severa.





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