Investigadora portuguesa da UA recebe bolsa de 2,3 milhões para estudo sobre cloroplastos em lesmas marinhas
O Conselho Europeu de Investigação (ERC), instituído pela União Europeia em 2007, é a mais importante organização para financiamento de investigação de excelência e temas de fronteira. O ERC atribui quatro tipos de bolsa: Iniciação, Consolidação, Avançadas e de Sinergia. Há ainda um quinto tipo, a Prova de Conceito, que apoia a passagem da investigação de ponta financiada com estas bolsas para a entrada no mercado.
A investigadora Sónia Cruz, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da Universidade de Aveiro (UA), acaba de conquistar uma bolsa de 2,3 milhões de euros, atribuída pelo ERC, para estudo sobre cloroplastos em lesmas marinhas. A bolsa permitirá desvendar os mecanismos que possibilitam a incorporação e manutenção em células animais de cloroplastos fotossinteticamente ativos.
O projeto “KleptoSlug”, “Kleptoplasty – The sea slug that got away with stolen chloroplasts”, terá a duração de cinco anos. “Esta capacidade, relativamente restrita na natureza, é intrigante, inclusivamente porque algum material genético essencial ao normal funcionamento dos cloroplastos foi transferido para o núcleo da célula vegetal durante o processo evolutivo da vida na Terra”, afirma a investigadora, “A compreensão dos próprios processos celulares que possibilitam a incorporação destes organelos, provenientes de algas, em células de lesmas marinhas, constituirá um avanço significativo nos domínios da biologia celular e da fisiologia.”
As bolsas individuais ERC Starting Grant, atribuídas no âmbito do programa Horizonte 2020, destinam-se a impulsionar o percurso de cientistas em estágios iniciais de carreira, contribuindo, designadamente, para a formação das suas equipas de investigação e para a realização de atividades de investigação de excelência em qualquer domínio. O processo de seleção é extremamente competitivo, com a taxa de sucesso da edição de 2020 a cifrar-se em cerca 13%.
