Quercus denuncia principais causas de ameaças à biodiversidade
A Quercus anunciou hoje que vai promover nos próximos meses um conjunto de iniciativas no âmbito do 20.º aniversário do Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) de Castelo Branco, associadas às 20 principais causas de ameaça à biodiversidade.
“Para cada uma destas ameaças vamos dar a conhecer a sua origem e as soluções que podem ajudar a evitá-las, minimizá-las ou mesmo a acabar com estas ameaças que matam e provocam lesões na nossa fauna protegida. Estas ameaças têm uma dimensão e expressão nacional, e, por vezes, até internacional”, refere a Quercus, em comunicado enviado à agência Lusa.
Os ambientalistas adiantam quem durante os próximos meses, no âmbito das celebrações do 20º aniversário do CERAS, vão promover um conjunto de iniciativas associadas às 20 principais causas de ameaça à biodiversidade, “causas estas que fazem com que deem entrada no CERAS cerca de 300 animais por ano”.
Os ambientalistas explicam ainda que, ao longo destes 20 anos, o CERAS recolheu um conjunto de informação estatística e geográfica relevante, tendo já sido identificados vários locais e problemáticas que necessitam de medidas e atuações.
“Os grupos de fauna mais afetados que deram entrada no CERAS foram as aves de rapina diurnas, na sua maioria abutres, águias e alguns mamíferos”, sustentam.
O envenenamento é apontado como uma das principais causas de mortalidade não natural de espécies em perigo de extinção, como o abutre-preto, a águia-imperial-ibérica ou o lobo-ibérico e de centenas de animais domésticos nomeadamente, cães e gatos.
A Quercus realça que a principal motivação para o uso de venenos é a eliminação de animais considerados nocivos.
“Os predadores das espécies cinegéticas e pecuárias são as espécies alvo e neste grupo incluem-se a raposa, o saca-rabos, o lobo-ibérico, várias espécies de aves de presa, assim como cães e gatos assilvestrados, que quando abandonados nos campos atacam o gado doméstico e espécies cinegéticas. O uso de venenos como forma de extermínio está completamente proibido pelas leis nacionais e europeias e é uma prática irresponsável que pode ter consequências graves para a saúde pública e biodiversidade”, sublinham.
Em Portugal, o uso de venenos está referido como uma causa das principais de diminuição acentuada e extinção de várias espécies protegidas.
“As espécies mais vulneráveis são as que têm hábitos alimentares necrófagos, ou seja, as que ingerem animais mortos ou pedaços de carne. Entre estas, destaca-se o lobo-ibérico, as três espécies de abutres que ocorrem no território Português (o grifo, o abutre-negro e o abutre-do-Egipto), e várias espécies de aves de presa como o milhafre real, a águia Imperial e a águia real”, concluem.