Matos Fernandes e Joe Biden, separados por um oceano, unidos pelas ameaças climáticas



Os dois políticos têm o mesmo interesse: combater as ameaças climáticas e ambientais, provocadas pela utilização em massa das baterias.

Separados por um oceano, mas unidos por um objetivo, o Presidente norte-americano Joe Biden e João Matos Fernandes, ministro de António Costa e responsável pelo Conselho da União Europeia a nível Ambiental durante a Presidência Portuguesa são claros: é preciso fazer frente à ameaça climática provocada pelas baterias.

Para tal, o ocupante da Casa Branca vai apostar milhares de milhões de dólares do seu novo plano em investigação que consiga criar baterias mais sustentáveis, que quiçá funcionem sem lítio, enquanto João Matos Fernandes e a sua equipa estão a preparar uma diretiva europeia, que mudará por completo o destino deste material depois de ser usado, e que regulamente o fabrico do mesmo

O próximo grande programa legislativo de combate à crise económica provocada pela Covid-19, proposto por Joe Biden, promete não só investir na reforma das infraestruturas, como já fora anunciado, mas também injetar grandes somas de dinheiro na criação e no reforço das energias verdes que substituam os combustíveis fósseis, revela o New York Times.

Biden pretende que uma parte do plano seja investida na pesquisa e produção avançada de baterias que não poluam o ambiente. Uma fonte da Casa Branca confessou ao diário americano que podemos estar a falar numa quantia na ordem dos milhares de milhões de dólares.

Em matéria climática, o projeto garante ainda que a construção de infraestruturas “será assente no fornecimento de energia verde, sendo construídas linhas de energia elétrica, instalados mais postos de carregamento de carros elétricos, definido um plano de construção de habitações com alta eficiência energética e ainda um projeto justo de compensação que acelere o encerramento de centrais de petróleo e gás”.

A filosofia económica que rege a proposta Biden é conseguir mais emprego e uma transição “limpa da economia”. Ao contrário do que foi noticiado nos últimos dias, duas fontes da Casa Branca referiram ao NYT que o valor da próxima “bazuca” norte-americana ainda não tem números certos, podendo variar entre os 3 biliões (2,54 biliões de euros) ou os 4 biliões de dólares (3,56 biliões de euros), financiados sobretudo através do aumento de impostos e da dívida pública.

Deste lado do Atlântico, em fevereiro, o Ministério do Ambiente anunciou que a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia está a trabalhar num regulamento sobre as baterias, com o intuito de atingir as “metas de redução e prevenção na produção de resíduos”.

O regulamento que está agora nas mãos de João Matos Fernandes, é um instrumento legislativo “inédito e pioneiro, que tem em vista todo o ciclo das baterias e que rege o que lhes deve acontecer, depois de deixarem de ter uso”, afirmou o ministro.

O documento, cujo rascunho inicial foi enviado pela Comissão, para o Conselho da União Europeia em dezembro, está ser legislado no contexto do Plano de Ação para a Economia Circular da UE, apresentado em 2020, destinado não só “a resíduos urbanos”, mas também os que têm como origem as “indústrias” e as “empresas”.

No projeto enviado pela equipa de Ursula Von der Leyen, a Comissão Europeia reconhece, “a desatualização e as consequentes lacunas da diretiva europeia em vigor sobre “pilhas e acumuladores” e pede aos 27 ministros do ambiente da UE coordenados por Matos Fernandes, que avaliem as atuais condições de mercado, a seu ver pouco transparentes e competitivas, no que toca ao fabrico de baterias, que examine o impacto ambiental de todo o ciclo de vida deste material, e que resolva as deficiências do atual sistema de reciclagem.





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