43,6% do lixo exportado por Portugal foi parar ao oceano. Sabe até onde chegou?
O lixo marinho é uma ameaça corrente e de grande dimensão, impossível de ignorar. Em grandes ou pequenas partículas, à superfície ou no fundo do mar, a verdade é que afeta a cadeia alimentar, os ecossistemas e o Planeta como um todo. Torna-se assim cada vez mais premente procurar maneiras de garantir um futuro saudável para os oceanos.
Uma equipa da Florida State University (FSU) acaba de desenvolver uma ferramenta online que rastreia o lixo no oceano. O projeto é financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A nova solução consegue fazer uma estimativa mundial desde 2010, considerando dados sobre o oceano e as correntes de ar, e indica o país de onde saem determinados resíduos e a origem dos que são encontrados na costa de outro país.
Eric Chassignet, diretor do Centro de Estudos de Predição Oceânica-Atmosférica da FSU e autor do artigo, afirma que os resultados obtidos “são informações importantes para os formuladores de políticas”, na medida em que permitem compreender como se forma o problema e o que é necessário fazer para o resolver. Assim, os governos locais e internacionais podem unir esforços para combater a má gestão de resíduos e a poluição.
De acordo com a página, Portugal exportou em 10 anos 1,246 toneladas de lixo, sendo que 43.6% foi parar ao oceano e 56.4% foi parar às praias. França, Espanha e Marrocos foram os três países onde chegou lixo nosso. Relativamente ao lixo que chegou a Portugal, a maior parte veio do Haiti, de Marrocos, da Republica Dominicana e dos Estados Unidos. Um dos fatores chave para este acontecimento é o vento.
“O lixo marinho é encontrado em todo o mundo e não entendemos totalmente o seu impacto no ecossistema oceânico ou na saúde humana. É por isso que é importante aprender mais sobre este problema e desenvolver formas eficazes de mitigá-lo”, sublinha Eric Chassignet.