Invenção revolucionária dá água potável aos hondurenhos



Monroe Weber-Shirk é professor em Cornell, uma das oito universidades norte-americanas que fazem parte da conceituada Ivy League. Este engenheiro ambiental, que nos anos 1980 trabalhou em El Salvador (em plena guerra civil), tem muita experiência no terreno, em campos de refugiados e sabe bem o que significa ter necessidade de água potável.

Talvez por isso tenha tido esta ideia genial. Como conta uma reportagem recente da BBC Mundo, “Weber-Shirk comanda o AguaClara Labs, programa que, todos os semestres, leva às Honduras estudantes de Cornell para trabalhar com o tratamento de água em comunidades locais, usando um sistema cuja simplicidade tem como factor-chave o funcionamento sem electricidade”.

Nestas localidades, a água poluída não pode ser limpa de forma simples, como com o uso de cloro, por causa da presença de sedimentos ou resíduos de fezes. Por isso, para resolver esta questão, os engenheiros da célebre universidade americana desenvolveram um processo que começa com o uso de um coagulante químico para unir partículas na água, formando partículas maiores – e mais pesadas. Posteriormente a água é enviada para um tanque de sedimentação e as partículas ficam sedimentadas no fundo. A restante água segue então para um filtro de areia de camadas múltiplas que capturam as restantes partículas. Por fim, a água é purificada com cloro antes de ir para os tanques de abastecimento das comunidades.

O laboratório trabalha em parceria com engenheiros e técnicos da ONG Água para o Povo (APP), que constrói as estações de tratamento e ensina a comunidade a operá-las e cuidar da qualidade da água.

E porque se trata de uma tecnologia de código aberto e sem patentes, o AguaClara já tem 14 estações em território hondurenho, a maioria em pequenas comunidades como Támara, com menos de 15 mil habitantes, conta a BBC. E projecto já está em expansão para países como a Nicarágua e a Índia.

Foto: AguaClara





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