Proposta finalista do Novo Bauhaus sugere longo parque urbano no porto de Lisboa



Uma proposta de um parque urbano de 14 quilómetros na zona atualmente ocupada pelo porto de Lisboa, incluindo uma estação de tratamento de águas e um banho público, é finalista dos prémios Novo Bauhaus Europeu, entregues esta sexta-feira.

“A proposta reconstrói a paisagem de Lisboa com um parque urbano de 14 quilómetros ao longo da sua costa, e integra um centro de tratamento de águas e um banho público”, pode ler-se na descrição do projeto elaborado por Ioulia Vulgari, estudante de arquitetura na Escola de Artes de Glasgow, na Escócia.

Denominada Hydroscape Lisbon, o projeto, elaborado num âmbito académico, é finalista da secção “Estrelas Ascendentes” dos prémios Novo Bauhaus Europeu, na categoria “Reconectando-se com a Natureza”. Os prémios são entregues esta sexta-feira, em Bruxelas.

O projeto contou também com a orientação do atelier Carrilho da Graça, e foi desenvolvido no âmbito de um intercâmbio na universidade USI Mendrisio, na Suíça.

“O desenho de arquitetura explora os fenómenos aquáticos locais, concebendo-os como uma máquina natural de fluxos. Uma parte foca-se nos sistema aquático e outro na face urbana de Lisboa”, refere a descrição.

A proposta segue uma abordagem de “recolher – tratar – fruir” a água do vale, que é recolhida, tratada através de tratamento mecânico e de zonas húmidas, e usada pelo banho público e pelo sistema de irrigação do parque, criando “um novo espaço verde público, reclamando o porto e o rio Tejo”.

Segundo a autora, “ao implementar técnicas eficientes de gestão da água”, o projeto seria “um exemplo para áreas urbanas em todo o mundo que se deparam com assuntos semelhantes relacionados com a água”.

“O parque urbano também promove a mobilidade sustentável, uma rede ciclável, transporte público e espaços caminháveis atrativos”, segundo a proposta de Ioulia Vulgari.

A proposta refere também a relação entre Lisboa e o rio Tejo, tendo o objetivo de “recuperar a relação recíproca entre estas duas entidades”, atualmente “interrompida pela presença massiva das linhas de comboio e de estradas da Área Metropolitana de Lisboa”.

Além de visitas ao local, a autora afirma ter feito sessões participativas acerca do projeto, em que os residentes da área urbana “enfatizaram a presença de uma barreira significativa entre a cidade e o rio”, tendo também havido comunicações com “universidades, e especialistas em planeamento urbanístico e paisagismo” de Lisboa.

Assim, a proposta “foca-se na forte topografia da cidade e explora a forma como os miradouros existentes podem ligar-se ao parque proposto, bem como novos poderão ser criados dentro dele, continuando a topografia por camadas da cidade até ao rio Tejo”.

A Lusa contactou a autora do projeto para obter mais informações, mas não obteve resposta.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...