Romanos produziam cimento mais amigo do ambiente



Hoje, o cimento é um dos materiais de construção mais utilizados do mundo, com a sua pegada ecológica gigantesca. Porém, os cientistas revelaram indícios de uma mistura de cimento mais amiga do ambiente usada pelos romanos, há 2.000 anos.

Paulo Monteiro, do Departamento de Energia dos Estados Unidos Lawrence Berkeley National Laboratory, liderou a equipa que descobriu o material milenar no Mar Mediterrâneo. Ela não só usa uma fracção da energia necessária para produzir o cimento moderno, como também é mais durável.

Criar o cimento moderno obriga à libertação de carbono por via da queima do combustível necessário para aquecer uma mistura de calcário e argilas a 1.450ºC. Mas os romanos aperfeiçoaram uma mistura que usava muito menos cal e que era cimentado a 900ºC – ou menos, de acordo com os investigadores.

Isto significa que o material exigia muito menos energia na sua produção. No panorama actual de crescentes alterações climáticas, devido ao aumento das emissões de carbono, esta receita de cimento antigo poderia ajudar a reduzir drasticamente as emissões globais da indústria da construção.

Os romanos misturavam cal e rocha vulcânica nas estruturas de cimento regulares, enquanto as estruturas subaquáticas eram feitas de cal e cinzas vulcânicas que formavam uma argamassa. Ao entrar em contacto com a água do mar, ocorria uma reacção química quente que cimentava a mistura. O ingrediente secreto é uma cinza pozolana rica em alumínio.

Segundo Monteiro, a pozolana poderia substituir 40% da necessidade mundial de cimento convencional, sendo que existem fontes da cinza por todo o mundo.





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