Onde é que o crocodilo foi buscar o seu sorriso?



O padrão caraterístico das escamas na face e nas mandíbulas dos crocodilos é formado por um processo mecânico preciso de dobragem da pele, revela um estudo publicado na revista Nature.

Os resultados validam sugestões anteriores de que as escamas resultam de um processo mecânico e não de um mecanismo genético, ao mesmo tempo que oferecem novas perspetivas sobre os pormenores dos processos subjacentes.

Os apêndices animais, como as penas, os pelos e as escamas, desenvolvem-se normalmente como unidades geneticamente controladas durante o desenvolvimento embrionário. Há algumas exceções a esta regra, como as escamas da cabeça dos crocodilos, que se descobriu serem produzidas por processos puramente mecânicos.

No entanto, o mecanismo exato que determina o padrão das escamas da cabeça tem sido difícil de determinar, em parte devido às dificuldades técnicas da experimentação com embriões de crocodilo.

Combinando experiências em embriões de crocodilo do Nilo e simulações em computador, Michel Milinkovitch e colegas criaram um modelo de crescimento mecânico tridimensional que recapitula o padrão das escamas da cabeça do crocodilo.

Descobriram que as escamas se auto-organizam através de processos mecânicos simples, tais como a dobragem por compressão originada pelo facto de a pele crescer mais rapidamente do que o osso subjacente e pela rigidez contrastante destes diferentes tecidos.

Este processo produz padrões geométricos irregulares nas escamas da cabeça à medida que o crocodilo cresce, de uma forma distintamente diferente da forma como as escamas do corpo se desenvolvem como unidades geneticamente controladas, concluem os autores.

 





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