Barreiras de coral das Caraíbas podem desaparecer dentro de 20 anos
A maioria das barreiras de coral das Caraíbas vai desaparecer dentro de 20 anos principalmente devido ao declínio das populações de peixes de pastagem, como os ouriços-do-mar ou os peixes-papagaio, que contribuem para a prosperidade dos corais.
O alerta é dado num novo estudo, elaborado por 90 peritos que analisaram mais de 35.000 inquéritos conduzidos em quase 100 localidades diferentes das Caraíbas desde 1970, que indica que os corais desta região do Atlântico regrediram mais de 50%.
Contudo, se as populações de peixes vitais à prosperidade dos corais forem restauradas e as medidas de protecção contra a pesca excessiva e poluição forem reforçadas, os corais podem recuperar e tornar-se mais resilientes aos impactos das alterações climáticas, sublinha o estudo da Global Coral Reef Monitoring Network, International Union for Conservation of Nature e United Nations Environment Programe.
Embora as alterações climáticas, e a consequente acidificação do oceano e a morte dos corais, seja uma grande ameaça para a região, o estudo conclui que as pressões do turismo local, da pesca excessiva e poluição são os maiores problemas. São estes factores que estão a dizimar as populações de peixes de pastagem.
Este tipo de peixes são importantes para os ecossistemas marinhos uma vez que comem as algas que sufocam os corais. O relatório indica que algumas das barreiras de coral mais saudáveis das Caraíbas localizam-se onde as populações de peixe-papagaio são maiores.
As Caraíbas albergam cerca de 9% das barreiras de coral a nível mundial, mas apenas um sexto dos antigos corais sobrevive actualmente. As barreiras, que podem ser encontradas em 38 países, são vitais para a economia da região e suportam mais de 43 milhões de pessoas, gerando mais de €2,2 mil milhões em receitas turísticas e de pesca e muitos mais milhões de euros em outros bens e serviços, refere o Guardian.
O relatório sublinha ainda que os corais que estão protegidos da pesca excessiva, bem como de outras ameaças – poluição costeira, turismo e desenvolvimento costeiro – são mais resilientes a pressões provocadas pelas alterações climáticas.
Foto: USFWS Pacific / Creative Commons