Olhe para o espelho e saiba mais sobre a sua saúde
A idade facial que vê no espelho pode ser um indicador de saúde mais fiável que as análises ao sangue. Esta é a conclusão de uma investigação de uma equipa de cientistas chineses que foi publicada esta semana na revista científica Cell Research.
As primeiras rugas são difíceis de aceitar e com o avanço da idade aparecem também a papada por baixo do queixo e a pele vai ficando cada vez mais flácida. As cirurgias plásticas podem corrigir alguns dos efeitos da idade, mas não conseguem enganar o “espelho” criado por estes investigadores chineses, escreve o jornal El País, aqui citado pelo agregador O Meu Bem Estar.
A investigação desenvolvida por vários cientistas de várias instituições chinesas, liderados por Jing-Dong Han, do Laboratório de Biologia Computacional de Xangai, definiu um algoritmo que permite detectar a idade de uma pessoa com uma margem de erro mínima, independentemente das intervenções cirurgias a que a pessoa já tenha sido sujeita.
Uma vez que o envelhecimento implica a alteração da estrutura óssea e de outros tecidos, os investigadores escolheram quatro traços faciais que se alteram sempre da mesma forma: a largura da boca e do nariz aumentam com a idade, assim como a distância entre o nariz e a boca, ao mesmo que os cantos dos olhos tendem a descair.
A equipa chinesa analisou mais de 300 imagens faciais tridimensionais de indivíduos com idades compreendidas entre os 17 e 77 anos que nunca foram sujeitos a cirurgias e que não apresentavam anomalias faciais. Para definirem o algoritmo, os investigadores criaram o mapa mais completo da geometria facial desenvolvido até à data. O objectivo era encontrar um marcador de envelhecimento simples e fiável que permitisse avaliar o risco de aparecimento de doenças com a idade.
“Construímos um indicador robusto de idade e descobrimos que, em médias, pessoas da mesma idade apresentam seis anos de diferença em relação à idade facial, com o desvio padrão a aumentar depois dos 40 anos”, escrevem os investigadores no estudo. “Utilizando este indicador identificámos pessoas que envelhecem mais depressa e mais devagar, o que é significativamente apoiado pelos níveis dos indicadores de saúde”.
Foto: Dhinal Chheda / Creative Commons