Poluição do ar lidera preocupações ambientais dos portugueses



A poluição do ar, que aumentou comparativamente aos últimos anos, é a maior preocupação para 66% dos portugueses, acima da média europeia. Em segundo lugar surge a preocupação com a poluição das águas, rios, lagos, águas subterrâneas e mares.

A conclusão é do estudo “Ambiente, Alterações Climáticas, Alimentação e Energia – A Opinião dos Portugueses”, que foi apresentado ontem por Luísa Schmidt, investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.

“Os portugueses acompanham a crescente preocupação da média dos cidadãos europeus, mas distinguem-se porque atribuem mais importância àquilo a que chamamos os problemas de primeira geração, a poluição da água e do ar”, explicou Luísa Schmidt na conferência “Consumo Sustentável – Uma atitude Verde”, organizada pelo Green Project Awards (GPA).

No último Eurobarómetro, que analisa as atitudes dos cidadãos europeus perante o ambiente, com dados recolhidos em maio de 2014, regista-se “uma percentagem elevadíssima, de 97%, a considerar que o ambiente é importante e muito importante, o que se aproxima dos números da União Europeia”, disse a investigadora.

“Os cidadãos estão cada vez mais interessados nos assuntos do ambiente, que relacionam com a noção de qualidade de vida e com as condições dos espaços próximos do local onde vivem, ao contrário do que muitas vezes os políticos e os media reflectem, porque em termos políticos, o tema não está fortemente implantado na agenda”, frisou.

Ainda de acordo com a investigadora, também aumentou entre os portugueses a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais, com os mais jovens a preocuparem-se mais com a questão da conservação da natureza e a manifestarem maior exigência cívica em termos ambientais.

A biodiversidade está inclusive entre as maiores preocupações dos mais novos, assim como as alterações climáticas e algumas práticas relacionadas com os resíduos e com as energias renováveis.

Actualmente, com a situação de crise, a necessidade de poupar “revela-se mais fortemente”, mas a separação de lixo é um comportamento novo que tem crescido, “mais ou menos em toda a população”, concluiu.

Foto: Christopher Craig / Creative Commons





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