Criada variante renovável de plásticos de resina termofixa
Os plásticos termofixos de resina epóxi (ERT) são amplamente utilizados na indústria pelas suas propriedades, mas são quase impossíveis de reciclar, razão pela qual cientistas criaram agora uma variante deste produto, derivada de material vegetal renovável.
A investigação divulgada esta quinta-feira, liderada pela Universidade de Groningen (Países Baixos) e publicada pela Science, representa um passo para a integração deste tipo de plástico na economia circular e nos plásticos de base biológica.
O ERT, um polímero muito valorizado pela sua elevada durabilidade, estabilidade térmica e capacidade de manter a sua forma, representa uma percentagem considerável dos plásticos usados, mas são quase impossíveis de reciclar, não se prestam ao tratamento de fusão e são muitas vezes feitos de bisfenol A de origem fóssil, o que representa sérios riscos para a saúde.
Uma nova investigação desenvolveu um plástico forte e resistente ao calor, completamente derivado de material vegetal renovável, a lignocelulose (DGF/MBCA), que pode facilmente decompor-se em metanol.
De acordo com o estudo, este é um produto competitivo com os termofixos convencionais baseados em combustíveis fosseis.
Na investigação, a equipa também descreve um sistema inovador para reciclagem do termofixo DGF-MBCA.
Embora seja estável em vários solventes, o material despolimeriza completamente em metanol a temperaturas relativamente baixas, entre 60 e 70 graus.
Após a degradação, os produtos podem ser convertidos novamente em matérias-primas monoméricas para regenerar o termofixo, demonstrando um caminho para a reciclagem em circuito fechado.
Além disso, demonstram que os materiais incluídos nos compósitos DGF-MBCA, incluindo fibras de vidro, podem ser recuperados de forma limpa através do protocolo de reciclagem.