Maia regista recorde de reciclagem em 2023
A recolha de resíduos indiferenciados na Maia atingiu “mínimos históricos” e registou-se uma “aumento significativo” da reciclagem em 2023, resultados que a autarquia atribui ao sistema em que o consumidor só paga pelo lixo que produz, foi ontem anunciado.
Em declarações à Lusa, a vereadora do Ambiente da Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, e responsável pela empresa municipal que trata dos resíduos deste concelho, Marta Peneda, salientou que os “excelentes resultados apresentados estão diretamente ligados” ao modelo de tarifário implementado em 2021 no município, Pay-As-You-Throw – PAYT, em que o consumidor “só paga pelo lixo que produz”.
Em 2023, a Maiambiente recolheu 26.477 toneladas de resíduos seletivos, sendo que no que diz respeito à recolha de resíduos indiferenciados foram recolhidas 37.403 toneladas, menos 4,7% quando comparado com 2022, o que se traduz em menos 1.830 toneladas, e registou-se um aumento da taxa de reciclagem, que atingiu os 41,5%.
“Aquilo que constatámos, e tal como prevíamos, foi que a implementação deste novo modelo tarifário (Recicle Mais, Pague Menos) tem estimulado o aumento da reciclagem e uma diminuição de resíduos na origem, o que leva também a menos custos na tarifa”, apontou Marta Peneda.
Segundo a responsável, “estes resultados acontecem graças à aposta muito forte do município nos sistemas de recolha de resíduos ao longo dos anos e que começa a dar frutos visíveis”.
Na Maia, referiu, “o único resíduo que se paga é o indiferenciado, ou seja, quanto mais se recicla menos de paga”.
Marta Peneda salientou que estes resultados são possíveis graças à “feliz conjugação” de três fatores: “Estabilidade política no município, que nos tem permitido seguir à risca e sem desvios a estratégia há muito delineada a capacidade técnica dos nossos serviços e a colaboração da população”, enumerou.
E continuou: “A população tem percebido a importância das medidas que vão sendo implementadas e tem respondido em conformidade, e é isso que nos tem permitido alcançar estes resultados históricos”, disse.
Para este ano, a responsável apontou como objetivos “continuar a alargar a recolha dos biorresíduos sólidos em todo o concelho, terminar a implementação do novo modelo tarifário e criar uma nova geração de ecocentros”.
“Já temos cinco ecocentros com capacidade para recolher 28 tipologias de resíduos e temos a recolha seletiva porta a porta do papel, vidro, orgânicos e verdes, temos o serviço por marcação a pedidos para os chamados monos”, salientou.
Em 2023, a Maiambiente recolheu 4.402 toneladas de papel (mais 3% do que no ano anterior), 3.703 toneladas de embalagens (mais 4,2%), 2.764 toneladas de resíduos de jardim (mais 28%), 1.954 toneladas de madeira (mais 17,5%), 584 toneladas de plástico (mais 11%) e 272 toneladas de têxteis (mais 7,7%).
Dos resultados de 2023 destacam-se ainda o aumento da recolha de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, atingindo as 229 toneladas (mais 23,8%), e dos resíduos de construção e demolição, que chegaram às 2.497 toneladas (mais 11,5%), sendo que a recolha de resíduos alimentares chegou às 3.022 toneladas (mais 13,3%).