Menino de seis anos atravessa Lisboa de bicicleta em dia de greve (com FOTOS)



Numa única notícia, vamos desmontar dois mitos da mobilidade sustentável: que ela não é para todas as idades e que Lisboa é uma cidade muito difícil para pedalar. Ponham, então, os olhos em Luís Pereira, um jovem de seis anos que, na quinta-feira, atravessou Lisboa de bicicleta. Sim, nesta quinta-feira de greve do metropolitano.

Segundo o Menos Um Carro, o pequeno Luís – acompanhado do pai – partiu de Oeiras com destino ao Hospital de Santa Maria, onde iria ter uma consulta de rotina. Dali, seguiu de bicicleta até ao Cais do Sodré, apanhando o comboio até Algés e ainda chegando a horas à escola, no Dafundo.

Orgulhoso do feito do seu filho, Bernardo Campos Pereira, o pai, falou ao Menos Um Carro sobre a mobilidade sustentável e a utilização da bicicleta. Segundo Bernardo, a grande preocupação, durante o percurso, foram os carros – “há demasiados e andam demasiado depressa”. Por isso, optaram por fazer alguns desvios, para melhorar a segurança.

As principais dificuldades – e foram muitas – encontraram-se na estação de Alcântara-Mar, no acesso à estação de Alcântara-Terra, na Avenida da República, Avenida Egas Moniz e na saída da estação ferroviária de Alcântara-Mar.

Outro dos exemplos de como Lisboa não é feita para as bicicletas pode ser visto na Avenida da Índia. “No cruzamento da Av. da Índia, que é subterrâneo, não existe uma calha para bicicletas nas escadas, nem uma passadeira, apesar dela ser atravessada por muitos peões e ciclistas a toda a hora, pois é a linha de desejo de quem circula a pé ou de bicicleta, ou seja, o acesso mais directo e com menos esforço entre um local e outro”, explica o pai.

Leia a entrevista, na íntegra, no Menos um Carro.

Segundo Bernardo, o passeio vai repetir-se, mas desta vez com toda a família: mãe e irmãos de Luís incluídos. “Foi um desafio divertido para chegar e voltar de uma consulta de rotina no Hospital de Santa Maria. Quando chegámos ao Cais do Sodré, o Luís já queria saber quando são as próximas consultas no hospital”, explicou Bernardo.

Para Luís, a experiência não poderia ser melhor. “Pensava que ia ser mais difícil resolver a questão de eu circular na via e ele no passeio” – continuou o pai do jovem –“mas não houve problema e só em alguns casos excepcionais é que tive que circular no passeio”.

“As ciclovias facilitam a circulação com crianças e as ruas acalmadas ou com restrição de carros são ainda mais cómodas, porque não há conflitos com peões, como nas ciclovias. Além disso, os motoristas circulam devagar e são mais atentos à nossa presença, porque circulamos no meio da via. Também é mais agradável porque há menos carros nessas ruas e os cruzamentos são menos perigosos”, concluiu Bernardo Campos Pereira.

Leia toda a história, com mais pormenores, no Menos Um Carro, a agregador de mobilidade sustentável na Grande Lisboa.





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