Mértola: turismo ligado à observação de aves reanima economia local (com VÍDEO)



Durante muitos anos, dos anos 80 até ao início dos anos 2000, a águia-imperial-ibérica esteve extinta, enquanto espécie nidificante, na Europa. “É uma ave lindíssima, grande e com 2,10 metros de envergadura. Do ponto de vista do turismo ornitológico, [esta ave] tem um valor enorme, uma vez que qualquer birdwatcher do norte da Europa ou das Américas terá de vir a Portugal ou Espanha para a espécie”, de acordo com João Jara, do Birds and Nature.

A águia-imperial-ibérica é, assim, uma das mais raras da Europa, e pode ser vista em Mértola, o que está a levar a vila alentejana para o roteiro europeu de observação de aves.

Abetardas, grifos, sisões, melros-azuis ou peneireiros-das-torres são outras das aves que se podem encontrar na região. Na verdade, os recursos ligados à biodiversidade sempre existiram neste local, mas, até agora, faltava uma estratégia para os colocar ao serviço da região e economia local.

“O birdwatcher é um turista maioritariamente estrangeiro – norte da Europa ou da América – e a nossa estratégia tinha de ter escala neste mercado global. A nossa competitividade vinha da complementaridade com outras regiões de Portugal, por isso começámos a estruturar o produto desta forma, em parceria com outras regiões e municípios”, explicou ao Economia Verde Rosinda Pimenta, directora da Merturis, empresa municipal de turismo.

Quando percebeu que teria de se juntar a outras regiões, Mértola aliou-se a Castro Verde e a Lisboa – neste caso, a complementaridade alargou-se aos habitats dos estuários do Tejo e Sado.

O trabalho da Merturis arrancou em 2008 e a economia local já sente os efeitos do investimento – as dormidas em Mértola têm aumentado. “Em 2013, o número de birdwatchers foi bastante superior em relação ao 2010, 2011 ou 2012”, frisou Paula Palma, proprietária do Hotel Museu.

Segundo João Jara, Portugal é um destino fantástico para o birdwatching. “É possível viajar de um habitat de flamingo para um habitat de abetarda em hora e meia. Isto é impossível no destino mais conhecido do Sul da Europa: Espanha”, concluiu o responsável.

Veja o episódio 220 do Economia Verde.

Foto:  muffinn / Creative Commons





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