Proposta do PAN sobre distância percorrida pelos alimentos aprovada no Parlamento



O Parlamento aprovou hoje, por unanimidade, o Projecto de Resolução do PAN que recomenda ao Governo a elaboração de um estudo nacional sobre o impacto da distância percorrida pelos alimentos desde o local de produção ao consumidor final.

O estudo tem com base a premissa de que a alimentação produzida pelo sistema convencional “quilométrico” utiliza 4 a 17 vezes mais combustível e dióxido de carbono. “Os alimentos viajantes geram quase 5 milhões de toneladas de CO2 por ano, contribuindo para o agravamento das alterações climáticas. Para além disto, uma alimentação feita com produtos nacionais e, preferencialmente, locais, possibilita o consumo de alimentos frescos, saudáveis e com menos conservantes e aditivos químicos”, explica o PAN em comunicado.

Estima-se que, actualmente, a maioria dos alimentos do mundo viaja em média cerca de 5.000 quilómetros desde o local de produção até ao local de consumo. A uniformização e globalização da agricultura tem impactos negativos a vários níveis, nomeadamente ambientais, económicos, culturais e de saúde e segurança alimentar. A alimentação é o ponto de partida para a resolução de muitas questões de saúde e ambientais. “Se tivermos uma alimentação mais correta, vamos ter menos doentes, menos medicamentos e menos despesa, logo, vamos ter um SNS mais sustentável. A prevenção primária faz-se muito por via da alimentação,” recorda André Silva, Deputado do PAN.

Já o projecto de resolução do PAN, que recomenda ao Governo a adopção da Recomendação (EU) 2016/336 da Comissão, que é relativa às normas mínimas de proteção de suínos e prevê a implementação de medidas destinadas a reduzir a necessidade de corte de cauda destes animais, foi aprovado com os votos contra de CDS e PSD, a abstenção do PCP e votos a favor do PAN, PS, PEV e BE.

Em causa estão práticas comuns associadas à indústria da suinicultura que, para evitar mordeduras e outros vícios que os suínos adoptam tem por hábito aplicar o corte das suas caudas. A explicação para este hábito é simples: estando os suínos confinados a espaços reduzidos e sem recursos de enriquecimento ambiental, ou seja, sem qualquer espaço ou elementos naturais de interacção, acabam por morder as causas dos restantes numa resposta imediata ao stress e desgaste a que são sujeitos todos os dias.

Foto: Alistair Kitchen / Creative Commons





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