7 cidades que despoluíram os seus rios (com FOTOS)



Rio de Janeiro e São Paulo passam por um grande desafio: despoluir os seus rios. Para ilustrar a complexidade da situação – mas também a sua praticabilidade –, a revista brasileira Exame publicou um artigo sobre sete cidades mundiais que despoluíram o seu rio – Seul, na Coreia do Sul, despoluiu dois.

Veja a lista, que até começa pela capital portuguesa, Lisboa.

1.RioTejo

Várias obras de saneamento e renovação de rede de distribuição de águas e esgotos, orçadas em €800 milhões, ajudaram a concluir a despoluição o Tejo, depois de décadas de maus cheiros.

O projecto, considerado um dos mais importantes, ao nível ambiental, da cidade de Lisboa, começou com a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo, em 2000. O plano envolveu a construção de uma infra-estrutura de águas residuais e renovação das condutas de abastecimento de água.

2.Rio Sena, Paris

O Sena sofreu, durante várias décadas, de poluição industrial, a exemplo de várias outras cidades europeias. Neste caso, porém, houve um agravamento: os esgotos domésticos.

O início das preocupações ambientais do rio remonta aos anos 20, mas foi apenas em 1960 que as autoridades francesas investiram na revitalização do local, construindo estações de tratamento de esgotos.

Hoje há 2.000 estações de tratamento e o Sena já tem 30 espécies de peixes. O rio deverá estar completamente despoluído em 2015.

3.Rio Tamisa, Londres

Com 350 quilómetros de extensão e um longo historial de poluição o Tamisa começou a ser poluído em 1610, devido à falta de saneamento básico. Em 1858, o rio era apelidado de Grande Fedor pelos londrinos, e a questão chegou mesmo ao parlamento inglês.

Ainda assim, apenas entre 1964 e 1984 chegaram verdadeiras obras de revitalização do rio, sendo criadas duas estações de tratamento de esgotos, num investimento total de €240 milhões (R$ 760 milhões).

Hoje, dois barcos percorrem o Tamisa de segunda a sexta, retirando 30 toneladas de lixo do rio por dia.

4.Rio Cheonggyecheon, Seul.

Os 5,8 quilómetros do rio que corta a grande Seul foram revitalizados em apenas quatro anos. Hoje, até cascatas e fontes existem no rio.

O rejuvenescimento começou em Julho de 2003, quando o Governo de Seul destruiu um enorme viaduto, com cerca de 620 mil toneladas de cimento, que ficava sobre o rio. Paralelamente, foram feitos investimentos em transportes públicos e parques verdes.

Com as melhorias ambientais, a temperatura da cidade diminuiu 3,6ºC. O rio sul-coreano era responsável pela drenagem das águas da metrópole de 10 milhões de habitantes quando o seu leito se tornou poluído. Hoje, as águas que por lá correm são bombeadas pelo Rio Han, outro que passou por um processo de despoluição.

5.Rio Han, Seul

O outro rio de Seul, o Han, tem 514 quilómetros de extensão, sendo 320 navegáveis. Fundamental para o desenvolvimento da região, o rio era fonte para a agricultura e comércio, ajudava na actividade industrial e na geração de energia eléctrica.

Degradado durante a Segunda Guerra Mundial e Guerra da Coreia, o rio recebeu um plano de desenvolvimento e implementação de Gestão da Qualidade da Água em 1998. Com a revitalização do outro rio de Seul, o Cheonggyecheon, o Han passou por mudanças e é hoje considerado limpo. O plano de recuperação ainda não acabou e passa por revitalizar mais 12 parques à beira-rio.

6.Rio Reno, várias cidades

Com 1300 quilómetros de extensão, o Reno nasce nos Alpes suíços e banha seis países, até desaguar no Mar do Norte, na Holanda. Durante muitos anos, o rio recebeu dejectos de zonas industriais, até que em 1986, quando 20 toneladas de substâncias altamente tóxicas foram despejadas no rio por uma empresa suíça, deu-se uma das suas maiores contaminações.

Depois deste grave incidente, as cidades banhadas pelo Reno reuniram-se e criaram o Programa de Acção para o Reno, em 1987, investindo mais de €11 mil milhões (R$ 35 mil milhões) na sua recuperação, incluindo a construção de estações de tratamento de água.

Hoje, 95% dos esgotos das empresas são tratados e há de 63 espécies de peixes a viver no rio.

7. Rio Cuyahoga, Cleveland

Com 160 quilómetros de extensão, o Cuyahoga é uma parte fundamental do ecossistema do Ohio, sendo lar e fonte de sustento de vários animais.

Ainda assim, como centenas de outros rios por todo o mundo, o rio ficou poluído devido à actividade industrial e esgoto residencial. Em Junho de 1969, uma mancha de óleo e outros produtos químicos vazaram para o rio, o que piorou a situação.

O plano de recuperação custou mais de €2,5 mil milhões (R$ 8,1 mil milhões) e assumiu a purificação da água e sistemas de esgotos. Nos próprios 30 anos, serão investidos mais €3,6 mil milhões (R$ 11,6 mil milhões) para manter a água em bom estado.

8.Canais de Copenhaga, Dinamarca

Sim, caro leitor, os canais de Copenhaga também já estiveram poluídos, quando os canos que levavam a água da chuva para os rios e canais se misturavam com a rede de esgoto, transportando os dejectos para a água. Para além disso, a poluição industrial fez com que mito do lixo da região fosse parar, claro, ao rio.

O plano de despoluição das águas e a remoção da área industrial ao redor do rio só surgiu em 1991. Assim, as galerias pluviais foram reconstruídas, os reservatórios de água foram estabelecidos em pontos estratégicos da cidade para que a água da chuva se armazenasse em caso de tempestade e o encanamento dos esgotos foi melhorado. O lixo, por sua vez, passou a ser reciclado e incinerado.

Foto:  IG8 / Creative Commons

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