Sondagem da Cruz Vermelha revela que aprovação à tortura aumentou



Um inquérito feito pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em 16 países revelou que mais de metade da população consultada passou a aceitar o recurso à tortura nos conflitos. Face a uma sondagem semelhante realizada há 20 anos o índice de tolerância a estas práticas subiu consideravelmente.

Neste inquérito, a que responderam mais de 17 mil pessoas, apenas 48 por cento dos inquiridos condenam a tortura dos combatentes inimigos que são submetidos a interrogatórios para obter informações militares. Em 1999, numa sondagem semelhante, 66% das pessoas consultadas rejeitavam a tortura, contra 28% que a aceitavam e 6% que não declaravam a opinião.

Os resultados desta consulta levaram o presidente da Cruz Vermelha Internacional, Peter Maurer, a reagir: ” Temos que reafirmar com força uma regra fundamental: a tortura é interdita sob todas as suas formas. Mesmo durante um conflito, todas as pessoas devem ser tratadas com humanidade”, afirmou, numa declaração escrita citada pela agência France Press.

Esta sondagem, a mais vasta realizada pela Cruz Vermelha até agora, decorreu entre Junho e Setembro em dez países envolvidos em conflitos, designadamente Iraque, Nigéria e Sudão do Sul, assim como nos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França – e na Suíça.

Foto: Conselho Nacional de Justiça – CNJ





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