Como reforçar culturas alimentares a partir das sementes?



Um artigo publicado na revista Nature Plants mostra como a Universidade de La Trobe realizou experiências com sementes utilizando a mais recente tecnologia que permitiu aos investigadores analisar cada célula individual dos milhares de células de uma semente inteira.

O investigador principal, Lim Chee Liew, afirma que a descoberta ajudou os cientistas a compreender o que cada célula faz durante a germinação das sementes.

“Isto mostrar-nos-á quais as células que podemos manipular para garantir que as sementes germinam em conjunto – ou mesmo atrasar o seu crescimento até uma determinada altura”, sublinha Lim Chee Liew.

“A germinação uniforme permite que os produtores atinjam o espaçamento ideal entre as plantas e o tempo de colheita”.

“Utilizámos um novo sistema de etiquetagem para separar todas as células de uma semente e, em seguida, medimos a função individual de cada uma delas. Fizemos isto enquanto as sementes estavam a germinar – a acordar – para podermos ver o que as células fazem quando se tornam ativas pela primeira vez”.

As sementes são o recurso mais valioso na produção alimentar, fornecendo 70% dos recursos alimentares globais. O ciclo de vida da maior parte das culturas começa com a germinação das sementes, mas muitas vezes estas podem germinar em alturas diferentes, o que leva a uma diminuição do rendimento das culturas menos maduras que são colhidas juntamente com as culturas maduras.

Lim Chee Liew diz que a sua equipa realizou experiências com agrião de Orelha-de-Rato, que é um organismo modelo para a biologia vegetal e estudos genéticos.

“Esta tecnologia de ponta pode ser aplicada a outras espécies de culturas para estudar uma vasta gama de diferentes processos de desenvolvimento das plantas”, afirma Lim Chee Liew.

“Depois de termos plantado as nossas sementes, medimo-las às 12, 24 e 48 horas e identificámos todos os diferentes tipos de células dentro da semente em germinação”, explica.

“Uma semente tem diferentes tecidos e tipos de células, todos com as suas próprias caraterísticas e propriedades únicas. Utilizando a nossa nova tecnologia, descobrimos que, à medida que uma semente começa a crescer, estas células ativam diferentes funções, dependendo do trabalho que a célula deve fazer”, acrescenta.

“Esta descoberta vai ajudar-nos a desenvolver soluções práticas para garantir que a germinação ocorre no momento certo – e de forma uniforme”, conclui.





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