Start-up vai comercializar cubos de gelo extraídos de glaciar norueguês



Glomfjord, uma vila norueguesa com apenas 1.120 habitantes, dependeu durante décadas de uma fábrica química que produzia amoníaco. Com o fim do negócio, em 1993, dois empreendedores locais, especialistas em energias renováveis, abriram uma fábrica de painéis solares, em 1997, mas a competição asiática foi demasiado feroz e o negócio também encerrou, em 2012.

Agora, uma terceiro negócio da vila pretende comercializar cubos de gelo retirados do glaciar vizinho de Vestre Svartisen, o que está a provocar duas reacção distintas: a de encorajamento, por parte do Governo local e cidades vizinhas; e de incredulidade, por parte dos ambientalistas e outras pessoas que acompanham de perto o fenómeno das alterações climáticas.

Segundo o Guardian, o Vestre Svartisen é o segundo maior glaciar norueguês e os planos da Svaice – start-up criada por Geir Olsen – prevêem utilizá-lo para fabricar cubos de gelo luxuosos e destinados aos mercados premium: bares e restaurantes exclusivos, de locais como Nova Iorque ou Dubai e que sirvam bebidas caras.

A Svaice já recebeu €45.000 das cidades vizinhas de Meloy e Nordland para desenvolver um projecto que teste o seu processo de extracção. A 18 de Março, de acordo com o Guardian, a cidade de Meloy deu luz verde para o projecto ser concretizado.

A imprensa norueguesa avança que a operação começará na Primavera e o gelo será transportado de helicóptero – a Svaice será autorizada a retirar 3.600 metros cúbicos de gelo por ano, o suficiente para encher 93 contentores.

Para além de impactar o glaciar de Vestre Svartisen, o projecto será um grande utilizador de energia – é preciso enviar o gelo para o Dubai e Nova Iorque, entre outros locais.

Foto: David Stanley / Creative Commons





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