Austrália. Árvore sagrada foi cortada para viabilizar autoestada



A demolição de uma árvore sagrada (um ‘Eucalyptus melliodor’ com 350 anos de idade) para o povo aborígene com o objetivo de limpar o terreno para uma estrada gerou polémica na Austrália. Há muito tempo que os manifestantes têm por hábito acampar em Victoria para defender árvores culturalmente importantes, incluindo algumas onde as mulheres Djab Wurrung tradicionalmente vão para dar à luz e que frequentemente misturam as placentas dos seus bebés com as sementes das árvores.

Através desta prática cultural, o povo aborígene, muito ligado à natureza, procura criar uma ligação espiritual entre os recém-nascidos e os seus antepassados, proporcionando-lhes um lugar para se orientarem ao longo das suas vidas. “Não consigo exprimir o quanto me dói o coração. É um pedaço de nós, é a forma como nos relacionamos e sobrevivemos. As minhas matriarcas Djab Wurrung estão devastadas”, disse a senadora do Partido Verde Lidia Thorpe, que pertence a esse mesmo povo aborígene, numa mensagem do Facebook

As autoridades defenderam o corte, dizendo que a árvore não estava na lista de proteção. No ano passado, os proprietários de terras aborígenes (Eastern Maar Aboriginal Corporation) negociaram com o governo de Victoria um acordo para salvar da destruição cerca de uma dúzia das 250 árvores “culturalmente significativas”. A escritora aborígene Celeste Liddle culpou o governo estadual por “cortar uma parte sagrada da herança de Djab Wurrung”.





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