Congresso dos EUA questiona dirigentes das petrolíferas por desinformação



Os dirigentes das principais petrolíferas que operam nos EUA – Exxon Mobil, Chevron, BP e Shell – procuraram quinta-feira salvar a face, perante as acusações dos democratas de promoverem campanhas de desinformação para evitarem ações contra as alterações climáticas.

Os presidentes e diretores executivos da Exxon Mobil, Darren Woods, Chevron, Michael Wirth, BP America, David Lawlere, e Shell, Gretchen Watkins, compareceram perante o Comité de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes, para se explicarem por aquelas práticas.

A presidente do comité, a democrata Carolyn Maloney, afirmou que o setor dos combustíveis fósseis “obviamente que está a mentir”, como fizeram há uns anos os executivos as grandes empresas tabaqueiras.

“Em colaboração com o Instituto do Petróleo e a Câmara do Comércio e outros grupos e empresas de relações públicas, a indústria (petrolífera) desenvolveu uma ação coordenada de mentiras, para esconder do público a perigosidade dos seus próprios produtos e anular os esforços globais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa”, afirmou Maloney, no início da audiência.

A congressista contrapôs a dimensão dos lucros destes conglomerados energéticos aos custos da sua inação, traduzidos nos EUA pelo agravamento dos eventos extremos, como furacões, incêndios e inundações.

Maloney lamentou que as petrolíferas digam que acreditam na crise climática, que apoiam o Acordo de Paris e que tenham prometido que vão reduzir as suas emissões de carbono, ao mesmo tempo que gastam milhões de dólares em empresas de relações públicas para projetarem uma imagem de “campeãs da luta contra as alterações climáticas”.

Uma análise feita pela assessoria dos democratas neste comité, divulgada hoje, concluiu que estas quatro petrolíferas gastaram nos últimos dez anos uma “fração minúscula” dos seus “imensos recursos” nas suas políticas minimizadoras das alterações climáticas.

O relatório aponta que, ao mesmo tempo, estas empresas investiram milhões de dólares “para proteger os seus benefícios de petróleo e gás”, adiantou Maloney, eleita pelo Estado de Nova Iorque.

Face a estas acusações, os dirigentes das petrolíferas negaram qualquer implicação em esforços com esse objetivo, em resposta ao republicano Ralph Norman.

Este congressista foi perguntando a cada dirigente das petrolíferas há quanto tempo estava no cargo e se tinha aprovado alguma campanha de desinformação, a que todos responderam negativamente.

Ao mesmo tempo, estes executivos garantiram que as suas empresas tinham feito investimentos substanciais para evitar as emissões de gases com efeito de estufa que provocam o aquecimento global.





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