Consultor italiano diz que Portugal tem o Facebook da mobilidade eléctrica



“Acho que a experiência portuguesa com o Mobi-E pode ser comparada ao Facebook ou ao iPad”. As palavras pertencem ao consultor Paolo Garella, especialista no sector automóvel e grande elogiador do projecto de mobilidade eléctrica português.

“O conceito Mobi.E, que está a ser implementado em Portugal, é exactamente o que é preciso, porque hoje o problema do carro eléctrico são as infra-estruturas. As pessoas esquecem-se que o nosso carro tem uma infra-estrutura gigante por trás”, revelou o consultor, que acrescenta que as bombas de gasolina são “uma infra-estrutura tão velha que as pessoas já não reparam”.

De acordo com o responsável, hoje a informação é o bem mais precioso que há. “O valor não está tanto nos postos de carregamento ou no valor cobrado, mas sim na compreensão de algo antes dos outros”, continuou, em declarações ao Jornal de Negócios.

“Acho que Portugal tem a possibilidade de fazer [algo revolucionário]. Agora tem é de explicar esta tendência, primeiro, à sua indústria, e depois ao público, explicar as possibilidades que o carro eléctrico dá”, referiu Garella.

Continuando na onda da inovação, o especialista disse ainda que se há 350 mil aplicações para iPhone, o Mobi.E pode despoletar “algo de muito similar, porque estamos sempre em movimento e em busca de informação”.

“Os postos de carregamento representam o momento em que se podem fazer downloads de quantidades incríveis de informação a partir do carro. A gestão e tratamento desta informação é extremamente importante porque pode dar a Portugal uma vantagem enorme”, completou o responsável.

No dia em que se ficou a saber que Portugal vai exportar o Mobi.E para a China, Garella mostrou-se ainda surpreendido com o facto de países como a Suíça, com a “dimensão perfeita” para ser precursora de projectos de mobilidade eléctrica, não terem seguido este caminho.

Finalmente, Portugal tem de continuar neste papel de “ser líder na inovação” e na aquisição de know how. Já a produção de componentes e carros, essa está reservada para a China, “nos próximos 50 anos”.





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