Electrodomésticos mais eficientes poderiam poupar €280/ano às famílias europeias
Normas energéticas mais rígidas para os aparelhos eléctricos podem representar uma poupança de €230 (R$700) por mês às famílias da União Europeia, menos 400 megatoneladas de dióxido de carbono lançadas para a atmosfera até 2020 e a criação de 1 milhão de empregos adicionais na Europa.
Esta é a avaliação feita pelo ecologista holandês Ron Wit, responsável pela secção de Clima e Energia da fundação Natureza e Ambiente, num artigo de opinião publicado no PressEurop.
“Os dirigentes europeus procuram desesperadamente meios que permitam estimular o crescimento económico e, no entanto, negligenciam os 90 mil milhões (R$225 mil milhões) que têm ao alcance da mão. Este montante corresponde àquilo que poderiam economizar na factura energética das famílias e das empresas, se acelerassem o reforço das normas energéticas para os aparelhos eléctricos. Segundo alguns estudos, isso representaria uma poupança de €280 euros por ano, por família média. E permitira ainda criar 1 milhão de empregos adicionais na Europa”, de acordo com o responsável.
Wit diz que, se as normas energéticas fossem fixadas de maneira mais ambiciosa do que actualmente, a procura europeia em matéria de eletricidade e de gás diminuiria em 17% e 10%, respectivamente.
Em 2020, seriam lançadas para a atmosfera menos 400 megatoneladas de dióxido de carbono. “Ou seja, uma quantidade equivalente ao resultado do sistema europeu de intercâmbio de quotas de emissões, ou a duas vezes a emissão total de dióxido de carbono da Holanda. Seria portanto a altura de esses funcionários e políticos se reciclarem”, continuou o activista ambiental.
Se a União Europeia está a falhar a oportunidade da eficiência energética, China e Estados Unidos já perceberam “as vantagens económicas e ambientais das normas energéticas”.
Nesses dois países, há dez vezes mais funcionários dedicados à introdução de normas para os aparelhos eléctricos que na UE. “E não é em vão: um estudo norte-americano indica que cada dólar gasto com funcionários adicionais afetados a esta política rende 60 mil dólares em poupanças de energia para os consumidores finais”.
Segundo Wit, a Comissão Europeia demora, por vezes, mais de cinco anos para introduzir uma norma energética. Então, já ela está ultrapassada. “A Sharp introduziu no mercado um televisor que era 50% mais económico do que o exigido pela norma, no momento em que esta começou a ser aplicada. Precisamos de procedimentos mais rápidos para introduzir normas energéticas mais rigorosas”.
Leia o artigo de opinião de Ron Wit na íntegra.