Estudante da Universidade de Aveiro investiga alimentação das lontras-marinhas no Alaska



Bárbara Cartagena Matos, estudante do Mestrado em Ecologia Aplicada da Universidade de Aveiro (UA), está há dois meses na pequena cidade de Sitka, no sudoeste do Alaska, para estudar os hábitos alimentares das lontras-marinhas. E é lá que viverá até final de Agosto, entre montanhas, neve, mar, floresta, ursos, baleias, auroras boreais e lontras.

O passaporte para esta aventura chegou em 2015, quando se candidatou – e ganhou – uma Bolsa Fulbright, uma das mais importantes fontes de financiamento que o governo dos Estados Unidos tem à disposição dos cientistas. Bárbara ganhou com o projecto de investigação que procurará descobrir se as lontras-marinhas procuram alimento de acordo com o valor nutricional das várias espécies de invertebrados marinhos que constituem as suas presas.

“É uma questão emergente no ramo da Ecologia Comportamental, para o qual foram feitas apenas experiências laboratoriais em mamíferos domésticos, e nunca estudados em mamíferos selvagens ou marinhos”, explicou Bárbara à UA, por e-mail, directamente do Alasca.

Para isso, e com a colaboração da Allen Marine Tours, uma agência turística local de observação de vida selvagem, a jovem bióloga tem, para já, passado os dias a observar e a fotografar a alimentação daqueles animais a bordo dos barcos de turismo da empresa.

Além disso, com a colaboração dos biólogos do centro de ciências local, o Sitka Sound Science Center, a Bárbara pretende capturar alguns exemplares de presas de lontras para posteriormente as analisar nos laboratórios do NOAA Alaska Fisheries Center.

“Alguns investigadores do campus universitário de Sitka também têm sido extremamente gentis ao emprestarem-me material de campo e informação que preciso no decorrer da pesquisa e escrita da dissertação”, lembra. “A minha orientadora externa, a Prof. Heidi Pearson, da University of Alaska Southeast [instituição de acolhimento da bolseira], tem sido o meu maior apoio aqui, ao ensinar-me novas técnicas de campo para o estudo de mamíferos marinhos e ao ajudar-me a fazer os contactos necessários para que a investigação corra como planeado”, conta.

Em contato com o DBio

Bárbara tem-se mantido em contacto com Carlos Fonseca, professor e investigador do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e orientador interno da estudante, para que o processo de dissertação vá de encontro com os padrões do Departamento Biologia. Também a Fulbright, lembra, mantém sempre o contacto para que a sua estadia nos EUA seja “enriquecedora”.

À parte da investigação, a Bárbara tem tido a oportunidade de conhecer outros locais do Alasca, como Juneau, a capital do estado norte-americano, e ainda ir até Stampede Trail em Fairbanks [cidade no centro do Alasca], onde a famosa história do Magic Bus e Christopher McCandless se sucedeu. “Durante estes últimos dois meses tenho vivido e trabalhado na pequena cidade de Sitka, no sudoeste do Alasca, com uma comunidade supersimpática e acolhedora. Em troca de alojamento, trabalho alguns dias por semana no Sitka International Hostel, o que me tem dado a oportunidade de conhecer pessoas diferentes, de todo o lado do mundo”, descreve.

“Apesar das saudades típicas de uma portuguesa longe de casa começarem a apertar, estou muito grata por ter a oportunidade de estar neste lugar especial que é o Alasca”, diz.

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