Jovens londrinos estão a fugir para cidades mais pequenas



Os autarcas londrinos dizem que o número de habitantes da cidade crescerá brutalmente nas próximas décadas, mas uma análise desenvolvida pelo Office for National Statistics mostra que, de Junho de 2013 para 2014, cerca de 58.220 pessoas entre os 30 e os 39 anos deixaram a capital, o maior número de sempre e um aumento de 10% em relação a 2010.

Segundo a entidade, os jovens londrinos estão a instalar-se em cidades mais pequenas e regionais. Ainda assim, e como os números são baseados nos registos da NHS (National Healths Service (Serviço Nacional de Saúde), podem inclusive não incluir todos os jovens que tenham saído da cidade.

O Guardian avança que o aumento drástico dos preços das casas londrinas desde Junho de 2013 ajudou a acelerar esta migração. Hoje, o preço médio de uma casa em Londres é de €500.000 (R$ 1,5 milhões), em comparação com €230.000 (R$ 730.000) no resto do País.

O destino favorito dos jovens londrinos é Birmingham (na foto), que atraiu 5.480 londrinos de Junho de 2012 a Junho de 2013. Segue-se Bristol, Manchester, Nottingham e Oxford.

Outro dos argumentos para esta migração dos londrinos é a balança entre trabalho e vida social. Muitos destes jovens são pais recentes, que procuram ter mais tempo para si e para a sua família, e que migraram para Londres para concluir a sua formação universitária.

Por outro lado, as economias regionais britânicas vêem com bons olhos estes novos profissionais, que há uma década nunca sonhariam em sair da capital britânica.

“Os jovens podem ser atraídos, no início das suas carreiras, com um emprego em Londres, mas depois reconhecem que existem oportunidades noutras cidades. Estamos a começar a ver os benefícios da retoma, sobretudo para empregos com competências mais específicas”, explicou Ed Cox, director do think-tank IPPR.

Em Portugal, Lisboa continua a concentrar algumas profissões específicas, agarrando todos os anos milhares de jovens recém-licenciados. Será que esta descentralização britânica poderá, um dia, ser tendência em Portugal, ou a diferença de dimensão entre as grandes cidades inglesas e portugueses não o permitirá?

Foto: brianac37 / Creative Commons





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