Minas do Pejão: carvão arde a céu aberto há mais de três meses
O alerta surge da parte da associação Quercus: uma enorme nuvem de fumo paira sobre a povoação de Pedorido, no concelho de Castelo de Paiva, há mais de três meses. A origem? A combustão a céu aberto de resíduos das antigas minas de carvão do Pejão.
Os primeiros alertas foram dados pela polução local corria ainda o mês de Outubro, quando se sentia no ar um intenso cheiro a enxofre. As chuvas da última semana agravaram a situação, com a nuvem de fumo a ficar ainda mais visível, o que está a inquietar a população local.
Em comunicado a associação ambiental alerta para os possíveis problemas ambientais que esta situação poderá originar, uma vez que “este tipo de combustão liberta normalmente grandes quantidades de gases com efeito de estufa e outros poluentes tais como o dióxido de carbono, o monóxido de carbono, o metano, o dióxido de enxofre e óxidos de azoto.”.
Gases prejudicais ao ser humano, mas também altamente prejudiciais para o meio ambiente, já que “o dióxido de enxofre é causador de chuvas ácidas e os óxidos de azoto são causadores de chuvas ácidas e influenciam a formação de ozono troposférico.”
Para além da libertação destes gases, fenómenos deste tipo são também susceptíveis de provocarem o aluimento de terras na sua envolvente. A Quercus recorda que existem exemplos, por todo o Mundo, de minas de carvão que se incendiaram e continuam a arder. Um desses exemplos é mina de Centralia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, que arde desde 1962 e onde existem previsões de que possa ficar a arder por mais 250 anos, e a mina de Jharia, na Índia, que arde há já mais de 100 anos.
Só na China ardem anualmente 20 milhões de toneladas de carvão em fogos sem controlo, em minas de carvão. A nível económico, na Pensilvânia os custos associados aos fogos em minas e carvão já ultrapassaram actualmente os mil milhões de euros.
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