O metano pode ter uma nova utilidade: ser transformado em ração para peixes



O metano é um gás com efeito de estufa que quando libertado, tem um impacto 85 vezes superior no aquecimento global, num período de 20 anos, do que o dióxido de carbono. Entre outras fontes, este é emitido através da agricultura, da pecuária e da produção de combustíveis fósseis.

Um novo estudo da Universidade de Stanford, publicado agora na revista científica Nature, descobriu que este gás pode ter uma nova utilidade: ser transformado em ração para peixes de aquicultura.

“As fontes industriais nos EUA estão a emitir uma quantidade verdadeiramente impressionante de metano, que não é económico de capturar e de usar atualmente”, explica Sahar El Abbadi, autora do estudo. “O nosso objetivo é mudar esse paradigma, usando a biotecnologia para criar um produto de alto valor”.

A solução está nas bactérias consumidoras de metano, as metanotróficas. “Estas bactérias podem ser cultivadas num reator biológico refrigerado cheio de água, alimentado com metano pressurizado, oxigénio e nutrientes como o nitrogénio, fósforo e metais residuais. A biomassa rica em proteínas resultante pode ser usada como farinha de peixe na alimentação da aquicultura, compensando a procura por farinha de peixe feita de peixes pequenos ou alimentos à base de plantas que requerem terra, água e fertilizantes”, explica a Universidade.

Para analisar o potencial desta tecnologia nos Estados Unidos, os cientistas criaram vários cenários onde o metano seria obtido através de estações de tratamento de águas residuais, aterros, instalações de petróleo e gás, e de gás natural comprado na rede comercial. Os resultados revelam a possibilidade de poupança nos custos de produção da farinha, bem como a redução da presença deste gás na atmosfera – que traz benefícios a longo prazo para o Planeta.





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