Recursos naturais: se todos vivessem como os portugueses precisávamos de mais dois planetas



A Associação ZERO, em parceria com a Global Footprint Network, expõe os dados relativamente à pegada ecológica de Portugal, anteriores aos efeitos da pandemia de Covid-19. A Pegada Ecológica refere-se “às necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços”.

Viver como a média portuguesa iria exigir mais 2 planetas na humanidade, para que fosse possível sustentar todas as necessidades humanas. Hoje, a 25 de maio, a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos estaria a esgotar. A única solução seria recorrer a recursos naturais que só deveriam ser utilizados em janeiro de 2021.

Assim, a ZERO alerta para o aumento da “dívida ambiental portuguesa”, derivado maioritariamente do consumo de alimentos (em 32%) e da mobilidade (em 18%) adotada no dia a dia dos portugueses.

Nesse sentido, são sugeridas medidas para que, usando a crise epidémica como incentivo, se possa reduzir o impacto ambiental no Planeta:

Em termos de políticas:

  • Apostar numa agricultura de múltiplos outputs e promotora da soberania alimentar (produção de alimentos de qualidade; preservação dos solos, redução da poluição e do uso de água; valorização de serviços de ecossistema);
  • Aproveitar o potencial de redução de deslocações e viagens através do teletrabalho e da realização de eventos habitualmente presenciais, em formato virtual;
  • Incentivar a utilização de modos suaves de transporte, em particular o uso da bicicleta, e combinados com o transporte público;
  • Regulamentar para que os produtos colocados no mercado sejam sustentáveis.

Em práticas individuais:

  • Reduzir a presença de proteína animal na alimentação: os dados para Portugal indicam que cada português consome cerca de três vezes a proteína animal que é preconizado na roda dos alimentos, metade dos vegetais, um quarto das leguminosas e dois terços das frutas;
  • Movimentar de forma sustentável;
  • Consumir de forma mais circular: é fundamental mudar o paradigma de “usar e deitar fora”, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de “ter menos, mas de melhor qualidade”, com um forte enfoque na redução, reutilização, troca, compra em segunda mão e reparação.




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