WWF diz que taxa de perda de biodiversidade é “alarmante”



As espécies tropicais estão a decair de maneira “alarmante” e a procura humana por recursos naturais está a atingir “níveis nunca vistos”, rondando os 50% acima do que o nosso planeta pode oferecer.

Estas são algumas da principais conclusões da edição de 2010 do relatório Living Planet, da WWF, um dos principais estudos sobre a saúde do planeta.

O relatório, desenvolvido em colaboração com a Zoological Society of London e o Global Footprint Network, avalia o estado de conservação de 8.000 populações de mais de 2.500 espécies.

Este índice global diminuiu 30% desde 1970, sobretudo as espécies tropicais, que decaíram 60% em menos de 40 anos.

Ainda que o relatório mostre uma recuperação das espécies de populações de áreas temperadas, provavelmente devido aos esforços de conservação, redução da poluição e do desperdício, não é menos verdade que as populações das espécies tropicais de água doce diminuíram uns alarmantes 70% – uma percentagem maior que qualquer espécie terrestre ou marinha.

Mais: a pegada ecológica, outro dos indicadores utilizados no relatório, diz que a nossa pressão sobre os recursos naturais duplicou desde 1996 e que estamos a utilizar o equivalente a 1,5 planetas para suportar as nossas actividades.

Aliás, se continuarmos a viver para além dos limites da Terra, em 2030 precisaremos do equivalente à capacidade produtiva de dois planetas para satisfazer a nossa pressão anual sobre os recursos naturais.

E por onde deveremos começar? Jim Leape, director-geral da WWF Internacional, mostra-nos o caminho. “Seriam necessários 4,5 planetas para suportar a vida da população global, se considerarmos a média de consumo de uma pessoa que viva nos Estados Unidos ou na União Europeia”.

Mais dados interessantes: os Emirados Árabes Unidos lideram a lista dos países com maior pegada ecológica por habitante, seguido do Qatar, Dinamarca, Bélgica, Estados Unidos, Estónia, Canadá, Austrália, Kuwait e Irlanda. Portugal encontra-se na 39ª posição.

E os 31 países da OCDE, que incluem as economias mais ricas do mundo, representam quase 40% da pegada global. Mais grave é que este número poderá piorar bastante nos próximos anos, se os BRIC seguirem um modelo de desenvolvimento semelhante ao dos países desenvolvidos, o que, diga-se de passagem, será muito provável.

“Não fizemos o suficiente para criar notoriedade sobre a importância da biodiversidade e não fizemos o suficiente para relacionar o nosso alto nível de consumo com a destruição da biodiversidade”, explicou a presidente da WWF Internacional, Yolanda Kakabadse.

Veja o comentário de Kakabadse ao Living Planet Report 2010





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