Pedrógão Grande: relatório independente arrasa a protecção civil
A Comissão Independente nomeada pela Assembleia da República para apurar o que aconteceu durante a tragédia de Pedrógão Grande arrasa os responsáveis pelos meios de combate ao fogo e protecção civil.
No relatório agora divulgado apontam-se entre os principais motivos para o desastre a incapacidade para debelar o fogo na primeira meia-hora por não terem sido “mobilizados totalmente os meios que estavam disponíveis”.
A comissão afirma que “o combate ao então flanco direito do fogo foi descurado, o que levou à sua expansão” e que “a circulação na rede viária, acompanhamento da população rural e preparação de evacuações” deveriam ter sido consideradas logo entre as 16h e 17h e postas em prática a partir das 18h.
Apesar destes considerandos, a comissão isentou a GNR de responsabilidades, mas aponta “deficiências no comando e gestão da operação de socorro, agravadas pelas dificuldades de comunicação” apoiadas num “sistema obsoleto”, o SIRESP.
Os signatários do relatório consideram também que o comandante nacional “devia ter tido uma presença activa” e assinalou o “amadorismo e falta de conhecimento dos bombeiros”, associados ao “incumprimento da lei em redor das povoações”, como factores decisivos para o desastre.