Salamanca: é já amanhã que se debate o futuro da a mina de urânio de Retortillo, a 40 km de Portugal



Amanhã, dia 24 de Fevereiro, pelas 16 horas, terá inicio a manifestação contra a Mina de Urânio de Retortillo, localizada a 40 km da fronteira portuguesa, em Salamanca. Com a presença de várias associações ambientais, entre as quais a portuguesa Quercus, o objectivo está bem definido: exigir que o governo espanhol tome medidas no sentido de não autorizar a exploração de urânio em Retortillo.

Localizada a 40 km da fronteira com Portugal, a construção de uma mina de urânio a céu aberto em Retortilo tem levantado grande polémica, e despertado preocupação junto das populações locais, mas também junto da comunidade portuguesa a morar junto à fronteira entre Espanha e Portugal.

Na semana passada, esta associação ambiental esteve em Retortillo – Salamanca a acompanhar a visita da Comissão Parlamentar de Ambiente Portuguesa aos terrenos onde a empresa Berkley pretende avançar com este projecto de abertura de uma mina a céu aberto para exploração de urânio. Depois de ver o local, a ong alerta para o levado impacto ambiental que o avançar do projecto terá na zona, mas não só: o abate de cerca de 30.000 azinheiras, o risco de contaminação atmosférica com poeiras radioactivas, escorrências de materiais radioactivos que chegarão ao rio Douro e a contaminação dos solos com metais pesados levantam sérias preocupações.

Em comunicado, a Quercus lembra que este é “mais um projecto a decorrer em Espanha, com impactes negativos em Portugal pela sua proximidade, que merece a nossa oposição e impõe uma posição firme do governo português.”. Mas este não é caso único. “À semelhança do caso recente da construção de um armazenamento Individualizado de Resíduos nucleares junto à Central Nuclear de Almaraz, mais uma vez o governo espanhol ignorou os direitos de Portugal e das suas populações.”

Uma reversão do processo da mina de Retortillo, juntamente com uma avaliação de impacto ambiental transfronteiriça, que proteja os direitos dos cidadãos de Portugal e de Espanha, e que no final do processo o Governo Espanhol não autorize a exploração de urânio em Retortillo, é a esperança da Quercus para esta manifestação.

Foto: via Creative Commons 





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