Lush premeia investigação para acabar de vez com testes em animais



O Lush Prize é uma parceria entre a Lush e a Ethical Consumer para apoiar os testes de toxicologia sem animais.

O prémio de 350 mil libras pretende premiar grupos ou indivíduos que trabalham nos campos da investigação científica livre de crueldade, das campanhas de consciencialização e dos grupos de pressão com o objetivo de abolir os testes em animais. Segundo a Lush, este é também o único prémio focado em substituir por completo os testes em animais, com o objetivo de aproximar os testes de segurança para bens de consumo aos projetos que já existem no que toca a testes em animais para medicamentos.

 

Olho artificial humano
Um olho artificial foi um dos vencedores do Lush Prize 2018 no valor de 50 mil libras. A cerimónia de entrega de prémios decorreu hoje em Berlim. O olho artificial é composto por células humanas, tem canais lacrimais e uma pálpebra que pisca em resposta a corpos externos, da mesma forma que um olho humano ou animal faria. Além de contribuir para vários estudos relacionados com drogas, este olho artificial tem o potencial de substituir o controverso teste de Draize, onde se administram vários químicos nos olhos de coelhos para testar a irritabilidade ocular.

A representar este projeto esteve o engenheiro biológico Dan Dongeun Huh, professor assistente no departamento de Engenharia Biológica da Universidade da Pensilvânia. No seu discurso, Huh afirmou que graças ao crescente número de “provas que apontam para diferenças consideráveis entre espécies no que toca a processos biológicos fundamentais, os testes em animais têm levantado sérias preocupações científicas, económicas e éticas. A investigação que levei a cabo na última década procurou desafiar o paradigma da investigação baseada nos testes em animais e desenvolver uma engenharia biológica inovadora.”

Rob Horrison, diretor do Lush Prize, acrescenta: “Nos últimos cinco anos, testemunhámos um ressurgimento do interesse nos órgãos artificiais para substituir os testes em animais na ciência. O olho artificial do professor Huh captou a imaginação do nosso júri. Este olho, assim como outros exemplos de órgãos humanos artificiais, oferecem-nos uma visão muito clara de um futuro onde os testes em animais foram substituídos por tecnologia. Acreditamos que o fim dos testes em animais está à vista.”

Entre os vários premiados da noite, podemos encontrar também o holandês Nikolas Gaio, por substituir testes em animais por chips de silicone, o Dr. Guan-Yu-Chen, de Taiwan, por conduzir testes sobre o material particulado e os seus efeitos na saúde, ou a Rede Nacional de Educação Humanitária, no Brasil, para terminar com a utilização de animais nas escolas.





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