Ártico poderá deixar de ter gelo no Verão a partir de 2016
No Verão de 2016, é provável que o Ártico deixe de ter gelo, de acordo com um estudo Departamento de Energia dos Estados Unidos liderado por um cientista da Marinha daquele país. Caso este fenómeno ocorra, ele chegará 84 anos antes das actuais projecções dos investigadores.
A investigação critica os modelos globais do clima mas, também, a maioria dos regionais, notando que “muitos dos processos árticos são omitidos ou mal representados na maioria deles, que não levam em conta feedbacks importantes de vários componentes do sistema.”
O estudo conclui que as mudanças abruptas no Ártico “podem ter ramificações importantes para o nível global do mar, a circulação termoalina e o orçamento de calor dos oceanos, os ecossistemas, comunidades nativas, exploração de recursos naturais e o transporte comercial.”
A previsão é arriscada e, certamente, não é partilhada pela comunidade científica. É certo que, nos últimos 15 anos, a área perdeu cerca de 2 milhões de quilómetros quadrados de gelo, mas a extensão total está, aproximadamente, em 10 milhões de km2,. Parece difícil, assim, que as projecções norte-americanas estejam correctas.
A situação na Antártica não é menos dramática. As últimas medidas feitas pelo satélite Cryosat, da Agência Espacial Europeia, mostram que a região perde cerca de 150 km cúbicos de gelo por ano em média, apenas de sua parte ocidental.
Foto: NASA Goddard Photo and Video / Creative Commons